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Europa

Macron faz apelo para que Europa resista a "tentações autoritárias"

A União Europeia (UE) deve "defender com firmeza" a democracia diante da "tentação autoritária" em alguns países, afirmou nesta terça-feira (17) o presidente francês, Emmanuel Macron. Ele fez seu primeiro discurso no Parlamento Europeu desde sua eleição, que foi vista como um fortalecimento do bloco.

O presidente francês, Emmanuel Macron, durante discurso no Parlamento Europeu nesta terça-feira (17).
O presidente francês, Emmanuel Macron, durante discurso no Parlamento Europeu nesta terça-feira (17). Reuters
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"Quero pertencer a uma geração que decidiu defender com firmeza sua democracia. Não cederei diante de qualquer fascínio pelos regimes autoritários", afirmou diante dos eurodeputados reunidos em Estrasburgo, no nordeste da França.

"Não quero pertencer a uma geração de sonâmbulos, a uma geração que esqueceu o próprio passado", completou o presidente francês, no momento em que o projeto europeu, nascido dos escombros da Segunda Guerra Mundial, se prepara para a saída em 2019 de um de seus principais membros, o Reino Unido.

Visão europeia reforçada

Com o discurso desta terça-feira, o presidente francês reforçou sua visão europeia, depois que partidos de extrema-direita e eurocéticos venceram recentemente as eleições na Hungria e na Itália e quando a UE mantém uma disputa com o governo nacionalista conservador da Polônia pela situação do Estado de direito.

Macron também fez uma advertência contra o que chamou de "espécie de guerra civil europeia" e afirmou que os "egoísmos nacionalistas" às vezes ganham mais importância do que os valores que deveria unir os cidadãos europeus. O presidente francês foi ovacionado pelos eurodeputados em vários momentos.

Apesar de sua vitória em maio 2017 contra a candidata de extrema-direita Marine Le Pen ter sido considerada um estímulo ao bloco, as propostas de Macron para reformar a UE não receberam o apoio necessário dos sócios europeus, especialmente da influente Alemanha. O partido conservador da chanceler alemã Angela Merkel se distanciou do discurso de reforma de Macron, com planos como um orçamento próprio, que Berlim considerou uma ideia ruim.

Os objetivos do presidente francês, no entanto, têm o apoio do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, que durante o debate parlamentar disse que "a verdadeira França está de volta". 

Orçamento europeu e Brexit

Macron também anunciou que seu governo se dispõe a aumentar a contribuição ao orçamento europeu a partir de 2021. Mas reiterou que, para que isso seja colocado em prática, é preciso revisar o próprio orçamento do bloco.

O presidente francês aproveitou a oportunidade para propor a criação de um programa comunitário para financiar as instituições locais que recebem os refugiados, uma outra questão delicada para o bloco.

Para Macron, é necessário "desbloquear o envenenado debate sobre as "regras Dublin" e as transferências, mas também ir mais além neste debate, construindo a solidariedade interna e externa que a Europa necessita".

(Com informações da AFP)

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