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Escândalo/Facebook

Dados de 2,7 milhões de europeus no Facebook podem ter sido usados sem consentimento

Os dados pessoais de "até 2,7 milhões" de usuários europeus do Facebook podem ter sido transmitidos de maneira "inadequada" para a empresa britânica Cambridge Analytica (CA) - declarou a Comissão Europeia nesta sexta-feira (6), citando um número informado pela rede social de Mark Zuckerberg.

Coleta de dados pessoais de usuários europeus, sem consentimento, foi feita por meio de aplicativo.
Coleta de dados pessoais de usuários europeus, sem consentimento, foi feita por meio de aplicativo. REUTERS/Dado Ruvic/Illustration/File photo
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A avaliação sobre as informações pessoais de europeus está inclusa no balanço total de 87 milhões de usuários do Facebook potencialmente afetados no mundo. Em uma carta, "o Facebook nos confirmou que os dados pessoais de até 2,7 milhões de europeus, ou de pessoas que residem na UE, para ser mais preciso, podem ter sido transmitidos para a Cambridge Analytica de maneira inadequada", disse um porta-voz do órgão executivo europeu, Christian Wigand.

A carta em questão foi uma resposta à Comissão, que na semana passada pediu à rede social para fornecer explicações sobre o escândalo relacionado com a empresa Cambridge Analytica. O Facebook explica que "medidas que foram tomadas desde então", indicou Wigand, acrescentando que o executivo da UE irá "estudar em detalhes" a resposta da rede social.

"Mas já parece claro que serão necessárias mais discussões", acrescentou, indicando que a comissária europeia para a Justiça, Vera Jourova, telefonará no início da próxima semana ao número 2 do Facebook, Sheryl Sandberg.

Coleta de dados pessoais sem consentimento foi feita por meio de aplicativo

A empresa de análise de dados CA, que trabalhou para a campanha presidencial de Donald Trump em 2016, coletou sem consentimento dados pessoais de usuários do Facebook por meio de um aplicativo de testes psicológicos. Na época, o sistema permitia que aplicativos de terceiros acessassem não apenas os dados dos usuários que usavam o aplicativo, mas também os de seus amigos, explicando o número muito alto de pessoas potencialmente afetadas.

A CA, que refuta os números fornecidos pelo Facebook, garante que não utilizou os dados coletados como parte da campanha de Trump e alega tê-los apagado quando o Facebook informou que haviam sido transmitidos sem autorização. Em meio a críticas, Mark Zuckerberg embarcou em uma contraofensiva política e midiática para convencer os usuários do Facebook e as autoridades públicas de que sua empresa havia tomado consciência de sua responsabilidade.

Ele anunciou uma série de medidas, correspondendo em parte a um alinhamento com a nova legislação europeia que entrará em vigor em 25 de maio, o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados Pessoais (GDPR). Essa legislação exigirá que todas as empresas obtenham o "consentimento explícito" dos clientes, se quiserem transmitir seus dados pessoais a terceiros ou se quiserem usá-los de outra forma que não o pretendido originalmente.

Haverá também "uma obrigação para quem usar os dados de informar rapidamente o consumidor sobre uma possível quebra de sigilo em exatamente 72 horas", indicou Wigand. Em caso de violação das regras, "haverá um poder sancionatório mais forte para as autoridades de proteção de dados", acrescentou, informando que as sanções poderão atingir "até 4% do volume de negócios internacional" da empresa em causa.

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