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Turquia, Rússia, reunião

Putin e Erdogan lançam projeto de usina nuclear

O presidente russo, Vladimir Putin, chegou à Turquia nesta terça-feira (3) para uma visita oficial de dois dias. Junto com seu anfitrião, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, ele lançou um grande projeto nuclear, símbolo da reaproximação entre os dois países, antes de negociações cruciais sobre a Síria.

Presidente turco Recep Tayyip Erdogan recebe líder russo Vladimir Putin no palácio presidencial em Ancara, em 3 de abril de 2018.
Presidente turco Recep Tayyip Erdogan recebe líder russo Vladimir Putin no palácio presidencial em Ancara, em 3 de abril de 2018. REUTERS/Umit Bektas
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"Estamos testemunhando um momento verdadeiramente histórico", disse o chefe de estado turco em uma cerimônia em Ancara para dar início à construção da usina nuclear de Akkuyu, na região de Mersin (sul), pelo gigante russo Rosatom. O encontro ocorre na véspera de uma cúpula trilateral sobre a Síria em Ancara, onde os dois líderes serão acompanhados pelo presidente iraniano Hassan Rohani.

Diante de uma grave crise diplomática com o Ocidente após o envenenamento na Grã-Bretanha do ex-espião russo Serguei Skripal, que Londres atribui à Moscou, Putin foi recebido com grande pompa por Erdogan.

O chefe de Estado russo, que está fazendo sua primeira viagem para a Turquia desde sua reeleição em 18 de março, chegou ao palácio presidencial turco escoltado por guardas a cavalo. A construção da usina Akkuyu, de US$ 20 bilhões, é um símbolo dessa florescente relação. O primeiro reator deverá entrar em operação em 2023. 

"É difícil superestimar a importância desse  projeto inovador", disse Putin em Ancara. "Faremos tudo para assitirmos juntos à cerimônia de lançamento da nova fábrica em 2023", acrescentou.

Dificuldades diplomáticas

Segundo Erdogan, a usina atenderá 10% da demanda de eletricidade da Turquia, um país fortemente dependente da importação de combustíveis fósseis. Este projeto, que havia sido adiado várias vezes, foi interrompido durante uma grave crise diplomática causada pela destruição de um avião russo pela Turquia na fronteira com a Síria em novembro de 2015.

Desde então, a relação entre os dois países melhorou. A Turquia e a Rússia deixaram de lado suas diferenças para trabalhar juntas na Síria. "Nós estamos cooperando com a Rússia para colocar fim ao terrorismo e aos confrontos na Síria", disse Erdogan, que completou afirmando que estava "determinado a reforçar ainda mais, a cada dia," esta parceria entre Ancara e Moscou.

Preocupação europeia

Putin e Erdogan, dois líderes que mantém relações delicadas com o Ocidente, estabeleceram fortes relações bilaterais no último ano. Em 2017, eles se encontraram oito vezes, sem contar diversas conversas telefônicas, uma amizade que não agrada à OTAN.

Como sinal desta reaproximação, Ancara se manteve afastada da expulsão coordenada de diplomatas russos por vários aliados do Reino Unido, em reação ao envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal. Erdogan disse que se recusou a agir contra a Rússia "com base numa alegação".

Outro elemento que tem incomodado a OTAN, é o fato da Turquia e da Rússia terem chegado a um acordo sobre a compra, por Ancara, dos sistemas de defesa aérea S-400 da Rússia. Os dois países também aumentaram sua cooperação econômica e energética, como ilustra o projeto do gasoduto TurkStream, que permitirá que Moscou contorne a Ucrânia, via Mar Negro e Turquia, para exportar seu gás para a Europa.

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