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Linha Direta

Papa renova Via Sacra convidando jovens a redigir as meditações

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O papa Francisco celebra a Páscoa de 2018 com seu estilo pessoal: perto das pessoas necessitadas, sofridas e excluídas, com uma atenção especial aos jovens.

O Papa abre as festividades da Páscoa com a cerimônia do lava pés.
O Papa abre as festividades da Páscoa com a cerimônia do lava pés. Osservatore Romano/Handout via REUTERS
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Gina Marques, correspondente da RFI em Roma

Ontem Francisco esteve na penitenciária Regina Coeli em Roma e lavou os pés de 12 detentos, sendo 8 deles estrangeiros, incluindo 2 muçulmanos e um budista.

“Eu sou pecador como vocês” disse o papa.

Esta foi a quarta vez, desde o início do pontificado em 2013, que Francisco efetuou o lava-pés dentro de uma prisão. Vale lembrar que, há três anos, o papa já havia lavado os pés de uma transexual brasileira, presidiária na Itália.

A Via Sacra na visão dos jovens

A Via Crucis de 2018 traz uma novidade interessante. Os textos das meditações sobre as catorze estações do ritual, que representam o trajeto de Cristo até o Calvário, foram escritos por quinze jovens, com idades entre 16 e 27 anos.

Pela primeira vez jovens e adolescentes prepararam um conjunto de reflexões que liga o sofrimento de Jesus à realidade de hoje, abordando, entre outros temas, os discursos de ódio nas redes sociais.

A jovem Greta Sandri de 18 anos escreveu, por exemplo, sobre o excesso de atenção que as pessoas dedicam às redes sociais, “acusando o erro dos outros, sem possibilidade de perdão. Homens que, tomados pela ira, agridem-se verbalmente pelos motivos mais fúteis”. Outro tema abordado pelos jovens será o drama dos migrantes, que deverá ser lido quando Jesus despe as suas vestes.

Intrigas do Vaticano

Na semana passada, o Prefeito da Secretaria para a Comunicação, monsenhor Dario Viganò teve que pedir demissão. Uma espécie de ministro da Comunicação do Vaticano, Viganò estava encarregado de reformar os meios de comunicação da Santa Sé.

O prefeito, no entanto, foi forçado a renunciar após ser acusado pela imprensa de suprimir uma parte de uma carta do antigo pontície Bento XVI sobre o papa Francisco.

O ex-chefe da comunicação teria citado apenas trechos do conteúdo da carta, antes de divulgar a mensagem por completo.

Num dos parágrafos omitidos, Bento XVI se nega por razões de "saúde e de tempo" a escrever um prólogo de oito livretos sobre o papa Francisco.

Na carta, Bento XVI explica também que não aceita escrever a apresentação porque, entre os autores dos livros, figura o teólogo alemão Peter Hünermann, que foi um severo crítico de João Paulo II e de Joseph Ratzinger como teólogo e como papa.

No Vaticano, muitos acreditam que a renúncia de Viganò é a só a ponta do iceberg de uma disputa interna no Vaticano entre reformistas e antirreformistas.

O papa e a China

A informação sobre um iminente acordo entre a Igreja Católica e a China foi dada por uma autoridade do regime comunista – o secretário-geral da Conferência Episcopal da China, Dom Guo Jincai -, mas já foi desmentida pelo Vaticano.

O regime da República Popular da China representa um dos desafios do papa Francisco. O Vaticano e a China não mantêm relações diplomáticas desde 1951. Os cerca de 12 milhões de católicos chineses estão divididos entre duas obediências: uma Igreja "patriótica" dirigida pelo regime e uma Igreja clandestina que só reconhece a autoridade do papa.

A China tem um total de 77 bispos, dos quais cerca de 50 são reconhecidos pelo Vaticano e Pequim. Dezessete outros são reconhecidos pela Igreja, mas não pelo regime.

Pequim espera do Vaticano o reconhecimento oficial de sete bispos nomeados pelo regime sem o aval da Santa Sé. Para a China é muito importante que o papa reconheça os títulos dos bispos ou que possa, pelo menos, confirmar uma verdadeira autoridade em suas dioceses.

Agenda do papa para a Páscoa

Nesta sexta-feira Santa, às 17h, 12h em Brasília, o papa celebra a Paixão do Senhor na Basílica de São Pedro.

Às 16h15, pelo horário de Brasília, Francisco presidirá a Via Sacra no Coliseu.

No sábado de Aleluia, o papa celebrará a Vigília Pascal, às 20h30, 15h30 em Brasília, na Basílica de São Pedro.

No dia 1º de abril, Domingo da Ressurreição, Francisco presidirá a missa na Basílica de São Pedro, às 10h, 5h da manhã em Brasília.

No final da celebração, da varanda central da Basílica, o papa dará a bênção “Urbi et Orbi” (à cidade e ao mundo).

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