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Antissemitismo

Milhares de pessoas marcham em Paris contra o antissemitismo

Milhares de pessoas, incluindo muitos ministros, políticos e representantes da sociedade civil, começaram a marchar na quarta-feira pouco antes das 19h (14h em Brasília) em Paris em memória de Mireille Knoll, octogenária judia cujo assassinato reavivou as preocupações sobre o antissemitismo na França.

Milhares de pessoas na marcha em memória de Mireille Knoll, judia de 85 anos assasinada em Paris.
Milhares de pessoas na marcha em memória de Mireille Knoll, judia de 85 anos assasinada em Paris. REUTERS/Gonzalo Fuentes
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A procissão desta "marcha branca", guiada por representantes da sociedade civil, rosas brancas na mão, seguidas por representantes do Estado usando seus lenços tricolor, teve que andar algumas centenas de metros para chegar ao prédio da vítima, onde ela foi morta sexta-feira passada (23) no leste da capital francesa.

Encabeçando a passeata, organizada pelo Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França (CRIF), estavam vários ministros e secretários de Estado, incluindo Gérard Collomb (Interior), Françoise Nyssen (Cultura) e Jean-Michel Blanquer (Educação).

Representantes de todos os partidos estiveram presentes, incluindo Christophe Castaner, delegado geral do LREM (partido presidencial, de lmaioria parlamentar); Laurent Wauquiez, presidente de Os Republicanos (LR, direita); Gérard Larcher (LR), presidente do Senado; Anne Hidalgo, a prefeita socialista de Paris, e o secretário-geral do Partido Comunista Francês, Pierre Laurent.

O presidente Emmanuel Macron esteve presente ao funeral de Knoll, que ocorreu horas antes, nos arredores de Paris. O enterro foi uma cerimônia íntima e Macron compareceu "a título pessoal, para apoiar a família", segundo nota divulgada pelo Palácio do Eliseu.

Na manhã desta quarta-feira, durante uma homenagem nacional a Arnaud Beltrame, o policial morto durante o atentado em Trèves, Macron denunciou o agressor de Knoll, "que assassinou uma mulher inocente e vulnerável porque era judia".

Os membros da família também se encontraram com o primeiro-ministro Edouard Philippe antes da marcha, realizada ao lado de encontros semelhantes em cidades como Lyon, Marselha, Toulouse e Bordeaux.

Na marcha de Paris, estiveram presentes também personalidades como o vice-presidente do Conselho Francês do Culto Muçulmano (CFCM), Anouar Kbibech, os cantores Enrico Macias e Patrick Bruel e o escritor Marek Halter.

Vaias aos "extremos"

As chegadas à procissão do líder da França Insubmissa França (LFI, extrema esquerda), Jean-Luc Mélenchon, e da presidente da Frente Nacional (FN, extrema direita), Marine Le Pen, cujas presenças eram indesejadas pelo CRIF em nome da rejeição dos "extremos", criaram certa confusão.

Os representantes do LFI e da FN foram vaiados em voz alta por dezenas de jovens, enquanto outros manifestantes disseram que desaprovavam a atitude. "Estamos em nosso lugar", respondeu Le Pen, enquanto Mélenchon descreveu como "epifenômeno" a reação de "40 energúmenos".

O Consistório Israelita deveria organizar após a marcha uma cerimônia de meditação em uma sinagoga de Paris em memória de Mireille Knoll.

Dois homens, incluindo um vizinho conhecido de Mireille Knoll, foram acusados e detidos na terça-feira (27) por "homicídio doloso anti-semita" após a descoberta do corpo da idosa, com onze ferimentos e parcialmente carbonizados em seu modesto apartamento.

Ocorrido um ano após a morte de Sarah Halimi no mesmo 11º distrito de Paris, assassinada por um vizinho que gritou "Allah Akbar", este novo assassinato de uma mulher judia escandalizou muito além da comunidade judaica francesa, a maior da Europa.

Estatisticamente em declínio, o número de atos antissemitas permanece alto na França, onde a minoria judaica, que representa menos de 1% da população, é alvo de um terço dos incidentes de ódio registrados.

(Com informações da AFP)

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