Ministro e "número dois" da Venezuela são alvo de sanções europeias
Os chanceleres da União Europeia (UE) adotaram formalmente, nesta segunda-feira (22), sanções contra responsáveis pela repressão e pela situação política na Venezuela. O atual ministro do Interior e o número dois do regime fazem parte da lista.
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Além do ministro venezuelano do Interior, Néstor Reverol, também estão na lista o diretor do Serviço de Inteligência, Gustavo González, e o ex-comandante da Guarda Nacional Bolivariana Antonio Benavides. A UE considera os três responsáveis por "graves violações dos direitos humanos e da repressão da oposição democrática na Venezuela". Entre essas violações, no caso de González, apontam-se "detenção arbitrária, tratos desumanos e degradantes e torturas".
O número dois do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, situação), Diosado Cabello, também recebe sanções por "minar a democracia e o Estado de direito", "em particular utilizando os meios de comunicação para atacar publicamente e ameaçar". Ele também integra a Assembleia Nacional Constituinte (ANC) convocada por Caracas e que funciona como poder absoluto na Venezuela, sobretudo quando a corte suprema do país anula todas as decisões do Parlamento, controlado pela oposição.
Os europeus, que não reconhecem a ANC, punem ainda a presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Tibisay Lucena, por fragilizar a democracia, "ao facilitar o estabelecimento da Assembleia Constituinte" e por não garantir a imparcialidade de sua instituição. Seu colega do Tribunal Supremo de Justiça, Maikel Moreno, outro afetado pelas medidas, é "responsável por ações e declarações que usurparam a autoridade" do Parlamento venezuelano, segundo a UE.
Os europeus também acusam o procurador-geral Tarek William Saab de apoiar a retirada de competências do Parlamento controlado pela oposição. Saab substituiu a procuradora Luisa Ortega que fugiu do país e se exilou no Brasil, após denunciar a perseguição política sofrida por ela.
Europeus estão “subordinados à administração racista de Trump”, diz Maduro
O governo venezuelano de Nicolás Maduro criticou "energicamente" essas sanções e acusou o bloco de se subordinar à administração "supremacista e racista" do presidente americano, Donald Trump, segundo um comunicado da chancelaria. O bloco europeu, de fato, se soma aos Estados Unidos e ao Canadá na imposição de sanções. Entre os altos funcionários sancionados pelos países norte-americanos está o próprio Maduro.
O objetivo é, nas palavras do ministro espanhol de Relações Exteriores, Alfonso Dastis, que as medidas sirvam "como um incentivo para ajudar a negociação" entre governo e oposição, que parecem estagnadas. "É uma decisão que pode ser reversível, ou suspensa, quando se constatar que há avanços na negociação", acrescentou Dastis.
A quarta rodada de conversas estava marcada para a semana passada em Santo Domingo, mas a oposição se afastou pela ausência dos chanceleres de Chile e México, seus convidados como facilitadores. Esse bloqueio acontece meses antes da eleição presidencial no país mergulhado em uma crise socioeconômica. Segundo um rascunho do acordo proposto a governo e oposição pelos mediadores, o pleito eleitoral poderia acontecer no segundo semestre de 2018, mas a data ainda não foi definida.
Com informações da AFP
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