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Linha Direta

País mais corrupto da União Europeia assume presidência do bloco

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A Bulgária assume pela primeira vez a presidência rotativa da União Europeia (UE). Os desafios do governo búlgaro, nos próximos seis meses, não são poucos. Entre eles estão, as negociações do Brexit, a política migratória e as relações com a Turquia, a possibilidade da Polônia perder o direito de voto no Conselho Europeu e muito mais.

Sede da Comissão Europeia em Bruxelas, na Bélgica.
Sede da Comissão Europeia em Bruxelas, na Bélgica. REUTERS/Thierry Roge
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Dez anos após a sua adesão ao bloco europeu, a Bulgária - o país mais pobre e considerado o mais corrupto da União Europeia – tem pela frente a administração de questões bem delicadas para o futuro da Europa. Com o lema “a unidade faz a força”, o governo de Sófia, capital da Bulgária, afirmou que pretende assumir muito mais o papel de mediador do que exercer uma liderança nos próximos seis meses.

Sem nenhuma experiência em comandar o bloco europeu e famosa pela ineficácia no combate à corrupção endêmica no país, a presidência búlgara está sendo vista com muita cautela. Uma das razões desta desconfiança é o seu governo de coalizão. Ao vencer as eleições do ano passado, o conservador e populista Boiko Borisov, atual primeiro-ministro do país, fez uma aliança com a extrema-direita búlgara do partido Patriotas Unidos para poder governar.

Outra preocupação de Bruxelas é o fracasso da estratégia anticorrupção adotada pela Bulgária. Porém, ao assumir a presidência rotativa da UE, esta nação dos Balcãs, com pouco mais de 7 milhões de habitantes, vê uma excelente oportunidade para melhorar sua imagem. O objetivo do governo búlgaro é se integrar no espaço Schengen – que é a livre circulação de pessoas dentro da UE -, e quem sabe, até adotar a moeda única europeia.

Política migratória

Apesar da aliança com os nacionalistas do partido Patriotas Unidos, a Bulgária diz apoiar a política europeia de realocação de refugiados. Porém, relatórios publicados por organizações de direitos humanos denunciam abusos e violência contra os refugiados nas fronteiras e centros de acolhimentos na Bulgária. Pelo fato de fazer fronteira com a Turquia, milhares de refugiados passaram pelo país antes de chegar ao destino final na Europa. Poucos querem ficar no país. Segundo a Anistia Internacional, o clima de xenofobia e intolerância na Bulgária aumentou nitidamente nos últimos dois anos.

O grande receio de Bruxelas é que, nos próximos seis meses, várias reuniões do bloco europeu vão ser presididas por políticos populistas e da extrema-direita. Os dirigentes europeus pretendem adotar um novo sistema de asilo europeu, aliviando assim a pressão nos países que estão na linha de frente, como a Itália, Grécia e a própria Bulgária. De acordo com as regras atuais, o país responsável pelo processo de asilo é, a princípio, aquele no qual o requerente pisou pela primeira vez dentro da União Europeia.

Posição neutra em relação ao Brexit

Certamente a nova etapa das negociações do Brexit, a saída do Reino Unido do bloco europeu, vai estar no topo da agenda da presidência búlgara. O governo de Sófia adiantou que pretende coordenar de forma “neutra” as futuras negociações entre Bruxelas e Londres.

As discussões sobre o período de transição pós-Brexit já começam este mês, mas as negociações sobre as relações comerciais com o Reino Unido só a partir de março. A data do divórcio entre União Europeia e Reino Unido está marcada para 29 de março de 2019, e a seguir, um período de transição de até dois anos.

Outra prioridade de Sófia é a integração de seus vizinhos dos Balcãs. Em maio, os líderes do bloco devem discutir as relações da região com a União Europeia. Apenas Sérvia e Montenegro mantêm negociações de adesão com Bruxelas. Enquanto Albânia, Bósnia, Kosovo e Macedônia aguardam ansiosamente um convite dos europeus.

O terceiro destaque da agenda da presidência búlgara será o novo orçamento comunitário. É provável que o orçamento sofra uma redução significativa a partir de 2020 por causa do Brexit. Os países do Leste Europeu, que são grandes beneficiários dos fundos vindos de Bruxelas, estão particularmente inquietos.

 

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