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Espanha

Duas mulheres se destacam na disputa pela presidência da Catalunha

Duas mulheres, advogadas, pertencentes à mesma geração, mas com ideologias contrárias podem, eventualmente, liderar a Catalunha. A separatista Marta Rovira, o nome da Esquerda Republicana da Catalunha, e Inès Arrimadas, líder do partido liberal Ciudadanos, favorável à unidade da Espanha.

Inês Arrimadas e Marta Rovira, rivais na independência da Catalunha
Inês Arrimadas e Marta Rovira, rivais na independência da Catalunha AFP
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A ex-advogada Marta Rovira, de 40 anos, no coração da independência da Catalunha, emergiu como uma das partidárias mais fervorosas do referendo de secessão e autodeterminação de 1º de outubro, declarado inconstitucional pela justiça espanhola.

Ela é apenas o número dois na lista da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC). Mas o número um, o ex-vice-presidente Oriol Junqueras, que está sob custódia por seu papel no processo de independência, pode encontrar-se de fato na liderança da região em caso de vitória do partido nas eleições.

O caminho das pedras

Além do resultado eleitoral, a justiça também pode prejudicar o caminho de Rovira, casada e mãe de uma menina de seis anos. O Supremo Tribunal decidiu recentemente alargar a investigação do processo separatista a todos os antigos líderes separatistas. A medida poderia atingir Marta Rovira, suspeita de ter sido membro de um "comitê estratégico" responsável pela organização do referendo proibido.

Durante a campanha, a candidata com cabelos pretos encaracolados e grandes óculos causou polêmicas ao afirmar, sem provas, que o governo central de Mariano Rajoy estaria ameaçando "mortos nas ruas" se a independência fosse declarada unilateralmente - o que fez o parlamento catalão no dia 27 de outubro.

Rovira, cujo avô materno era prefeito de uma pequena aldeia catalã durante a ditadura de Franco, não se retraiu, assegurando que queria "romper o silêncio".

Em uma recente entrevista televisiva, frente-a-frente com Inês Arrimadas, Rovira admitiu que sua rival tinha o mérito de "quebrar o teto de vidro da política". "Você é uma mulher corajosa", respondeu Arrimadas.

Mas as duas mulheres nunca tomaram nem um café juntos no parlamento catalão, onde eram deputadas na legislatura anterior.

Inês Arrimadas, o terror dos independentistas catalãs

Casada com um ex-político da independência da Catalunha. Sua acensão política começou quando se juntou ao partido Ciudadanos em 2011 após trabalhar um período no setor privado.

Em alguns anos, ela se tornou líder do Ciudadanos na Catalunha, enquanto o presidente e fundador da legenda, Albert Rivera, foi ao encontro de Madri para afirmar a vocação nacional do partido liberal, criado em 2006 contra a corrupção e oposição ao nacionalismo catalão.

Aos 36 anos, Inês Arrimadas, é uma figura esbelta, cheia de energia contra o processo secessionista, um "golpe contra a democracia, que ignorou uma boa metade dos catalães”, de acordo com ela.

Diante de um nacionalismo que considera "excludente", Arrimadas se apresenta como o verdadeiro nome para representar as centenas de milhares de espanhóis que emigraram para a Catalunha de outras regiões e contribuem para a riqueza da região.

Ele aspira a "acabar com o processo" de independência, assumindo a liderança de um governo apoiado pelos conservadores no poder em Madri (Partido do Povo) e os socialistas.

Segundo o jornal francês Le Monde, “sua vitória será um choque”. Depois do retorno da democracia em 1977, jamais um partido não nacionalista chegou à frente das eleições catalãs. Inês Arrimadas afirma que será a “presidente de todos os catalães, independentistas ou não.”

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