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Linha Direta

Javalis invadem Alemanha e atacam lavouras e pessoas

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A Alemanha vem sofrendo uma verdadeira invasão de javalis. Os animais, cuja população tem crescido nos últimos anos, preocupam autoridades o país, que cogitam a liberação da caça do javali até mesmo dentro de reservas florestais. Algumas regiões chegaram a criar um prêmio em dinheiro aos caçadores para cada animal abatido.

Javalis em uma cidade balneárea da ilha de Usedom fronteira entre a Alemanha e a Polónia, no extremo nordeste da Alemanha e extremo noroeste da Polónia, no Mar Báltico.
Javalis em uma cidade balneárea da ilha de Usedom fronteira entre a Alemanha e a Polónia, no extremo nordeste da Alemanha e extremo noroeste da Polónia, no Mar Báltico. captura de vídeo
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Marcio Damasceno, correspondente da RFI em Berlim

A principal preocupação das autoridades alemãs com essa proliferação de javalis é a disseminação da peste suína africana, que vem afetando criações de porcos no Leste Europeu.

O vírus dessa doença – altamente contagiosa para os animais – vem se espalhando rapidamente em direção ao oeste da Europa desde que foi detectado na Ucrânia em 2012. O surto já chegou à República Tcheca e à Polônia, e não há vacina para o mal – os animas morrem dentro de cinco a 10 dias depois de infectados.

Caso chegue à Alemanha, a doença – que não afeta humanos – poder causar severos prejuízos à indústria de suinocultura do país.

Mas também já há prejuízos milionários em lavouras. Manadas de javalis atacam plantações de milho, por exemplo, destruindo os plantios e causando prejuízos aos agricultores. Os bichos também têm causado danos em jardins, em parques públicos e até em cemitérios.

Ataque a pessoas

A televisão aqui na Alemanha tem mostrado, de vez em quando, imagens assustadoras de manadas de javalis pelas ruas, invadindo até mesmo praias e atacando e ferindo turistas.

Reportagens de TV mostram também a controvérsia em uma ilha no norte da Alemanha, em Usedom, na fronteira com a Polônia.

Do lado da fronteira alemã os javalis podem ser caçados e do lado polonês eles são protegidos pela proibição da caça. Isso faz com que os animais se reproduzam na Polônia e atravessem a fronteira durante a noite, causando prejuízos nas lavouras alemãs.

Mas especialistas ressaltam que esses ataques a pessoas são ocorrências isoladas, que não acontecem com tanta frequência. Mas esses incidentes, com certeza, tendem a ser cada vez menos raros conforme cresce a população de javalis.

Mudanças climáticas

Especialistas apontam a mudança climática como uma das principais causas do aumento da população europeia de javalis, que hoje estão presentes na Dinamarca e na Suécia, onde antes eram pouco comuns.

Os invernos cada vez mais amenos fazem crescer a expectativa de vida dos animais, fazem com que haja mais comida à disposição deles.

Outro fator é a aproximação cada vez maior das plantações de áreas de floresta e, principalmente, o aumento do cultivo de milho e de outros cereais, que servem de alimento aos javalis.

Para tentar conter a disseminação dos javalis, algumas administrações regionais criaram um prêmio que vai de 20 a 25 euros para cada animal abatido pelos caçadores. Alguns políticos sugerem a liberação da caça também em áreas de reserva, uma medida que é controversa.

Aliás, a caça ao javali é uma atividade que atraiu até mesmo o príncipe Harry, do Reino Unido. Semana passada o filho mais novo do príncipe Charles esteve caçando em florestas nos arredores de Berlim, juntamente com um grupo de amigos alemães.

Segundo a imprensa, eles teriam matado 15 javalis. Mas não há notícia sobre se o príncipe abateu ele mesmo algum animal.

De qualquer forma, a motivação de Harry, com certeza não foi o prêmio oferecido aos caçadores, e sim a diversão. A caça é um dos passatempos preferidos do príncipe britânico.

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