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IMPRENSA / França

Luta contra a venda de migrantes como escravos é destaque na imprensa francesa

Os jornais franceses desta sexta-feira (24) aprofundam a discussão sobre a crise migratória e a venda de escravos na Líbia. Le Figaro relata sobre o antigo fenômeno, mas que ganhou os holofotes internacionais após as imagens de um leilão noturno de jovens africanos na região de Tripoli, na Líbia. A cena foi filmada e transmitida pelo canal de TV americano CNN, em 14 de novembro.

Venda de escravos na Líbia é destaque na imprensa francesa
Venda de escravos na Líbia é destaque na imprensa francesa FADEL SENNA / AFP
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A denúncia obrigou as autoridades internacionais a buscarem alternativas para o problema, diz o jornal. Na última quarta-feira (22), o presidente francês Emmanuel Macron solicitou uma reunião de urgência com o Conselho de Segurança das Nações Unidas para buscar uma solução para o que ele considerou como “crime humanitário”.

Vistas grossas

Mas o diário francês aponta a conivência de países europeus diante do tráfico de migrantes. A reportagem narra a declaração do diretor de um centro de detenção, na Itália, afirmando estaria facilitando a negociação de imigrantes com empresários para evitar a superlotação do presídio.

Em contrapartida, a Líbia acusa os países de origem dos migrantes de não se esforçarem na repatriação dessas pessoas. Em meados deste ano, por exemplo, um grupo de marroquinos precisou esperar mais de quatro meses para conseguir uma autorização de entrada em seu país.

A situação é ainda mais complicada ainda para as pessoas que poderiam reivindicar um estatuto de refugiado, já que o documento não é reconhecido na Líbia. Le Figaro encerra seu artigo deixando no ar se a venda de escravos na Líbia vai cair no esquecimento como a foto do pequeno Aylan, menino sírio encontrado morto em uma praia na Turquia, em 2015.

Hipocrisia

Escravos na Líbia, « todo mundo sabia », destaca o jornal Libération. Organizações não-governamentais e especialistas afirmam que os países ocidentais e os líderes africanos denunciaram repetidamente o estupro, a tortura e a escravidão de milhares de imigrantes africanos na Líbia, explica o periódico. No caos desde a queda do regime de Mouammar Kadhafi em 2011, a Líbia é o centro de trânsito de migrantes da África que procuram alcançar a Europa, explica o jornal.

Ansiosa por controlar esse fluxo de migrantes, a União Europeia (UE) se diz lutar para encontrar soluções para esses candidatos ao exílio, à mercê de contrabandistas e traficantes, publicou Libération.

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