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Espanha

Catalunha se prepara para dia de greve geral após referendo

Dois dias após o voto sobre a independência da Catalunha, que recebeu a adesão de 90% dos participantes apesar da oposição de Madri, a região se prepara para uma jornada de protestos nesta terça-feira (3), com uma greve geral convocada pelos sindicatos. Os organizadores contestam a violência da polícia espanhola durante o referendo de autodeterminação proibido pela Justiça.

Manifestantes protestaram nesta segunda-feira em Barcelona e se preparam para greve na terça-feira.
Manifestantes protestaram nesta segunda-feira em Barcelona e se preparam para greve na terça-feira. REUTERS/Yves Herman
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Cerca de 40 organizações sindicais, como a União Geral de Trabalhadores (UGT) e as Comissões Operárias (CCOO), se uniram a associações e convocaram, logo após o voto de domingo (1°), uma mobilização em reação à intervenção de Madri. “Pedimos a toda a sociedade, às organizações patronais, aos sindicatos, aos trabalhadores, aos autônomos, às instituições e todos os cidadãos da Catalunha que parem o país nesta terça-feira”, declararam os idealizadores do protesto em um comunicado.

A greve será seguida por vários segmentos da sociedade. O time de futebol FC Barcelona, que já havia se pronunciado a favor do voto de domingo, integrou a mobilização. Nesta terça-feira, as equipes profissionais e os jovens atletas não devem treinar.

Comunidade internacional pressiona governo espanhol

Enquanto isso, a comunidade internacional se preocupa com a situação na região. A União Europeia (UE) e a ONU pressionavam nesta segunda-feira (2) o governo espanhol para que Madri estabeleça um diálogo com os separatistas catalães, dispostos a declarar de forma unilateral a independência da Catalunha, um dia depois do voto marcado pela violência policial e que deixou, segundo o governo catalão, cerca de 800 feridos, entre eles quatro em estado grave.

Em um comunicado, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos pediu ao governo conservador de Mariano Rajoy investigações "completas, independentes e imparciais" sobre "todos os atos de violência" ocorridos no domingo na Catalunha. Já a União Europeia pediu a Madri e Barcelona "que passem rapidamente do confronto ao diálogo", porque "a violência nunca pode ser um instrumento de política".

Enquanto isso, o Parlamento europeu realizará, na quarta-feira (4), uma sessão especial para debater a situação na Catalunha, depois que os eurodeputados decidiram modificar a ordem do dia. A reunião de urgência, que terá como tema "Constituição, Estado de Direito e direitos fundamentais à luz dos acontecimentos na Catalunha", acontecerá em Estrasburgo (nordeste da França), segundo anunciou o presidente da Câmara, Antonio Tajani.

Teoricamente, segundo uma lei votada em 6 de setembro pela maioria separatista do Parlamento catalão, a independência deve ser proclamada nas 48 horas que seguem a vitória do “sim” na consulta popular. Mas o ministro espanhol da Justiça, Rafael Catalá, já afirmou que Madri vai bloquear o processo. "Se alguém pretende declarar a independência de uma parte do território em relação à Espanha, será necessário fazer tudo o que a lei permite para impedir que isso aconteça", martelou o ministro.

(Com informações da AFP)

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