Entenda por que a Alemanha poderá ter um governo “jamaicano”
Desde a divulgação dos resultados da eleição legislativa na Alemanha, avançam as especulações sobre as alianças para a formação do próximo governo. Uma das opções é que a chanceler Angela Merkel se reúna com dois outros partidos para formar uma coalizão “jamaicana”. Entenda o que isso quer dizer.
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Enviado especial a Berlim
Como o partido SPD (Partido Social Democrata), que ficou em segundo lugar, se nega a formar uma aliança com o CDU (União Democrática-Cristã) de Angela Merkel, e decidiu se colocar na oposição, a chanceler vai ser obrigada a entrar em um acordo com dois outros partidos.
Levando em consideração que a chefe do governo já avisou que não pretende se aliar ao partido de extrema-direta AfD (Alternativa para a Alemanha), nem à esquerda radical do Die Linke, as opções diminuem para a formação de uma maioria.
Desde as vésperas das eleições, as pesquisas já apontavam que os alemães seriam favoráveis a uma coalizão entre o grupo CDU-CSU (União Social-Cristã) e o Partido Liberal Democrata (FDP), que obteve 10,7% dos votos. Isso, aliás, já aconteceu no país, entre 2009 e 2003. Essa seria uma oportunidade para os liberais voltarem ao debate político.
O partido, liderado pelo emblemático Christian Lindner, havia deixado o Bundestag em 2013 por falta de votos.
Outra opção possível é uma aliança que contaria também com Die Grünen (8% dos votos), o partido ecologista, formando assim o que os alemães chamam de coalizão “jamaicana”. A expressão, que pode surpreender fora do país, faz alusão às cores da bandeira do país caribenho, que resumem as três legendas: preto para a CDU, amarelo para o FDP e verde para os ecologistas.
Essa constituição é rara nem nível nacional, mesmo se já foi realizada em algumas regiões do país. No entanto, ela esbarra nas divergências entre o FDP e o Die Grünen.
Próximo dos mercados financeiros, os liberais defendem o diesel, criticado pelos verdes. Os ecologistas são mais próximos da causa dos imigrantes, enquanto Lindner chegou a anunciar que pretendia expulsar todos os refugiados do país.
Além disso, tanto o FDP quando os verdes contestam alguns aspectos econômicos dos conservadores da CDU, um dos temas de base da campanha de Merkel.
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