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Espanha

Rajoy denuncia “desobediência” na Catalunha e tenta bloquear referendo

O governo e a Justiça da Espanha dispararam nesta quinta-feira (7) todo seu arsenal contra o referendo de independência marcado para 1° de outubro na Catalunha. O primeiro ministro espanhol, Mariano Rajoy, contestou com firmeza o voto.

Mariano Rajoy, no centro da imagem, durante reunião especial para discutir o referendo sobre a independência da Catalunha.
Mariano Rajoy, no centro da imagem, durante reunião especial para discutir o referendo sobre a independência da Catalunha. REUTERS/Susana Vera
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Criticando o que qualificou de "ato intolerável de desobediência" na Catalunha, o chefe de Governo espanhol, Mariano Rajoy, disse que pediu ao Tribunal Constitucional (TC) para "anular" o decreto sobre a organização da consulta. Em uma coletiva de imprensa antes de uma reunião extraordinária de ministros, ele afirmou aos quase 950 prefeitos catalães que é seu dever "impedir, ou paralisar, qualquer iniciativa para a organização do referendo". Os prefeitos tornam-se um elemento-chave, pois tem em suas mãos o poder de decidir se abrem centros para permitir a votação de 1° de outubro.

O Ministério Público garantiu que vai intervir em todo material destinado a organizar a consulta. À espera da decisão do TC, Rajoy explicou que seu governo pede a suspensão cautelar do referendo, assim como da lei que autoriza a votação e da autoridade eleitoral recém-criada pelos independentistas catalães.

Por enquanto, tendo em vista os preparativos, o procurador-geral do Estado, José Manuel Maza, anunciou que em breve "vão entrar em curso os mandatos para que a Polícia judicial intervenha nos efeitos ou nos instrumentos destinados a preparar, ou realizar, o referendo ilegal". Maza disse ainda que está preparando "ações criminais" contra membros do Parlamento catalão que, nesta quarta-feira (6), permitiram a tramitação da lei do referendo, e outra contra os dirigentes catalães, "por terem promulgado os decretos da convocatória e da organização do referendo".

O governo nacionalista catalão não demorou a reagir, denunciando por meio de seu porta-voz, Jordi Turull, um "estado de sítio encoberto". "Nós continuamos com a mesma determinação" e "isso não muda nada no que o governo (regional) previu" para 1° de outubro, garantiu o porta-voz.

Premiê busca apoio político

Além da via judicial, Rajoy busca apoio político frente ao desafio da soberania catalã. Ele se reuniu com líder da oposição socialista (PSOE), Pedro Sánchez, oposto à celebração do referendo, mas favorável a um diálogo político que consiga resolver essa crise que já dura anos.

Nesta quinta, Rajoy também se encontra com Albert Rivera, líder do partido centrista Ciudadanos, principal força opositora na Câmara catalã, e que já manifestou seu apoio "integral" ao governo espanhol.

No exterior, o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, afirmou que uma Catalunha independente ficaria fora da União Europeia, e que "qualquer ação contra a Constituição de um Estado-membro é uma ação contra o marco jurídico da UE".

(Com informações da AFP)

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