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Entender o nazismo é importante para a juventude, diz autora e tradutora de livro sobre Hitler

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A jornalista, escritora e tradutora brasileira Silvia Bittencourt se especializou aos poucos no nazismo. Radicada na Alemanha há mais de duas décadas, ela redigiu um livro e traduziu para o português outras duas obras que tratam o assunto e defende a importância de publicações que expliquem às novas gerações os riscos dos regimes autoritários.  

A jornalista, escritora e tradutora Silvia Bittencourt escreveu e traduziu livros sobre o nazismo.
A jornalista, escritora e tradutora Silvia Bittencourt escreveu e traduziu livros sobre o nazismo. RFI
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Ex-correspondente da Folha de S.Paulo na Alemanha, Silvia Bittencourt é autora do livro “A Cozinha Venenosa –Um jornal contra Hitler”, publicado pela Três Estrelas, e tradutora de “Sonhos do Terceiro Reich”, de Charlotte Beradt, da mesma editora, e “High Hitler”, de Norman Ohler, da editora Planeta. Esse último, aliás, fez muito barulho ao revelar o consumo de drogas não apenas pelo líder nazista como também pelas suas tropas.  

“A partir do momento que você explica que os soldados alemães desde o início da Segunda Guerra Mundial estavam dopados, você leva em consideração que a história poderia ter sido outra”, analisa a tradutora. Ela ressalta, no entanto, que a autor nunca disse que sem as drogas Hitler não teria tomado as decisões que tomou. “A ideia de exterminar judeus e de fazer a guerra ele já tinha desde os anos 20”, enfatiza.

Já o livro “Sonhos do Terceiro Reich” foi escrito por uma jornalista alemã que coletou, nos anos 1930, quando Hitler estava no poder, os relatos dos sonhos de vários moradores. A obra, que ficou na gaveta durante décadas, antes de ser publicada nos anos 1960, mostra como o regime opressor tomava também o inconsciente da população.

A autora e tradutora reconhece que há uma fascinação por Hitler e pelo nazismo, inclusive no mercado editorial. “Até hoje existe uma curiosidade muito grande sobre como todos esses fatos históricos puderam acontecer. Como os alemães puderam votar naquele homem, como a coisa pode se desenvolver para o Holocausto. É um assunto que sempre vai exercer um fascínio e faz com que haja tantos livros sobre o tema”, explica.

Ela também rejeita a análise de que a abundância de livros sobre o nazismo possa provocar o que a filósofa e escritora alemã Hannah Arendt chama de “banalização do mal”. Para Bittencourt, “é muito importante voltar nesse assunto sempre, pois a juventude hoje, tanto aqui como no Brasil, não tem muito ideia [do que aconteceu]. É muito distante para eles o que foi o nazismo ou, no caso do Brasil, a ditadura militar. As pessoas que falam de um governo mais autoritário para reestabelecer a ordem não têm ideia”, defende.

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