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Terrorismo

Agressor de Hamburgo já era conhecido como radical islâmico pela polícia

O homem de 26 anos que matou uma pessoa e feriu seis em um ataque com faca na sexta-feira (28) em Hamburgo, na Alemanha, era conhecido como um "radical islâmico" pela polícia local. A informação foi divulgada neste sábado (29) pelas autoridades alemãs.

Policial patrulha a área onde um homem esfaqueou pessoas na sexta-feira (28) em Hamburgo, na Alemanha.
Policial patrulha a área onde um homem esfaqueou pessoas na sexta-feira (28) em Hamburgo, na Alemanha. REUTERS/Morris Mac Matzen
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"Era conhecido como um extremista religioso pelos serviços de segurança, mas não como jihadista", afirmou o ministro do Interior de Hamburgo, Andy Grote. Segundo ele, o agressor passou a ser considerado suspeito depois que uma investigação mostrou sua radicalização religiosa. 

Durante o ataque, o homem teria gritado "Alá é grande", frase que se tornou um emblema dos jihadistas que perpetram atentados. Mas Grote também indicou que o agressor sofre de "instabilidade psicológica", o que pode justificar as violências. Por isso, de acordo com o ministro, os investigadores ainda não conseguiram estabelecer o que motivou a passar ao ato.

A mídia alemã havia indicado ontem que o agressor era originário dos Emirados Árabes Unidos. No entanto, Grote declarou neste sábado que o rapaz é um refugiado palestino, nascido nos Emirados Árabes Unidos, que teve seu pedido de asilo negado e estava em processo de expulsão da Alemanha. 

A missão palestina em Berlim havia prometido de lhe fornecer documentos se ele deixasse o território alemão, mas o procedimento, que pode levar meses, ainda não havia sido efetivado. 

Ataque com faca roubada

Os primeiros elementos da investigação mostraram que o homem agiu sozinho. De acordo com a polícia, ele roubou uma faca de cozinha em um supermercado do bairro de Barmek, na zona norte de Hamburgo, e atacou várias pessoas. 

A primeira vítima foi um homem de 50 anos, esfaqueado até a morte. Depois, o agressor feriu mais dois clientes dentro do estabelecimento, antes de atacar outras pessoas na rua. Ao tentar fugir, foi imobilizado por pedestres e, em seguida, foi preso pela polícia. 

Acolhimento de refugiados volta a ser questionado

Depois do ataque de sexta-feira, a polêmica sobre o acolhimento de refugiados ganhou um novo capítulo na Alemanha. O prefeito de Hamburgo, Olaf Scholz, expressou sua revolta ontem e acirrou os ânimos. "O que me deixa ainda mais revoltado é que o autor do atentado é alguém que procurava refúgio na Alemanha e acabou despejando sua raiva contra nós", declarou. 

Desde o atentado contra o mercado de natal de Berlim, cometido pelo tunisiano Anis Amri, que também era requerente de asilo, o governo endureceu as leis contra os candidatos à refugiados. Mas isso não foi suficiente para diminuir as críticas contra a chanceler alemã, Angela Merkel, que abriu as portas do país a mais de um milhão de migrantes em 2015. 

"O ataque mostra a que ponto é urgente que obstáculos jurídicos a expulsões [de requerentes de asilo suspeitos de radicalização islâmica] sejam resolvidos", reiterou o prefeito de Hamburgo. 

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