Nova primeira-ministra da Sérvia é lésbica assumida
O presidente sérvio, Aleksandar Vucic, nomeou nesta quinta-feira (15) para o cargo de primeiro-ministro Ana Brnabic, a primeira mulher na história do país e assumidamente homossexual. Ana, 41, era ministra da Administração Pública. "Ela possui as qualidades pessoais e profissionais para exercer esta função", disse.
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Foi Vucic, quando primeiro-ministro, que convidou Ana a assumir o ministério, em agosto passado. Sua chegada ao governo foi criticada por muitos, no entorno do presidente e em seu partido.
Ele respondeu àqueles que não simpatizavam com a ideia de uma ministra gay: "Suas escolhas pessoais não me interessam, apenas os resultados", além de destacar "sua carreira profissional impecável".
A possibilidade de nomeá-la premiê também gerou comentários. Um dos parceiros menores da coalizão no poder, Dragan Markovic, que se opôs, no ano passado, à nomeação de Ana, manifestou recentemente desejar um chefe de governo "pai de família e que tenha filhos".
"Trata-se de uma declaração imprópria e irresponsável, sem dúvida discriminatória", declarou Ana.
O poderoso Vucic ocupava o cargo de primeiro-ministro desde 2014, até duas semanas atrás, quando se tornou presidente da Sérvia.
A função é amplamente protocolar, mas analistas estimam que Vucic vá consolidar seu poder. Seus detratores não deixaram de acusá-lo de autoritarismo, como quando era chefe de governo.
Melhorar a imagem do país
"Vucic quer mostrar a Sérvia como país liberal, onde as liberdades se encontram em um nível alto", disse o analista político Boban Stojanovic, ao comentar a nomeação de Ana.
O presidente também quer mostrar "a todos os seus adversários políticos na Sérvia que é a personalidade mais poderosa do país", acrescentou.
A Sérvia de Vucic tenta melhorar sua imagem e se mostrar como um país tolerante, principalmente após críticas que recebeu envolvendo a proteção dos direitos das minorias, principalmente a LGBT.
Nascida em Belgrado e diplomada pela Universidade de Hull, antes de desembarcar no governo sérvio Ana atuava na direção de uma associação de capital misto estabelecida em 2006.
A Sérvia é um país conservador, no qual as paradas do Orgulho Gay são realizadas anualmente sob proteção policial.
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