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Atentados fragilizam campanha de Theresa May no Reino Unido

Os jornais desta terça-feira (6) analisam as consequências do atentado de Londres para as eleições legislativas britânicas do dia oito de junho. A primeira-ministra Theresa May, que foi ministra do Interior, é criticada por sua política de segurança e perde pontos nas pesquisas. A oposição chegou a pedir sua demissão, após o último atentado de Londres, no sábado (3).

Terrorismo e Brexit devem influenciar o voto dos eleitores britânicos na próxima quinta-feira (08).
Terrorismo e Brexit devem influenciar o voto dos eleitores britânicos na próxima quinta-feira (08). REUTERS/Phil Noble
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Terrorismo, mas também o Brexit vão influenciar o voto dos eleitores britânicos na próxima quinta-feira (8), acredita Les Echos. O jornal econômico diz que o novo atentado de Londres, no último sábado (3), que deixou 7 mortos e 48 feridos, esquentou o debate sobre a segurança e o comunitarismo no país. A campanha eleitoral foi difícil, fragilizando a posição da primeira-ministra Theresa May diante dos trabalhistas.

O diário faz o balanço do número de vítimas dos atentados reivindicados pelo grupo Estado Islâmico na Grã-Bretanha: 34, em menos de três meses. Os ataques colocam na berlinda a estratégia antiterrorista do governo.

A oposição aproveita a brecha e ataca a política de Theresa May que foi ministra do Interior de David Cameron, antes de assumir o controle do país. A primeira-ministra tenta mostrar uma mudança de rumo em sua luta contra o terrorismo e na sua tolerância em relação ao comunitarismo. Mas, pressionada, a nova dama de ferro britânica perde pontos preciosos nas pesquisas. A dois dias da votação, May, que liderava com folga as pesquisas em 18 de abril, quando convocou as legislativas, está agora apenas três pontos na frente dos trabalhistas liderados por Jeremy Corbin.

Oposição pede a demissão de May

Mesma polêmica na primeira página do Le Figaro. “Depois da emoção, as críticas. Depois da unidade, a cólera”. A oposição britânica denuncia a redução de 22% do orçamento da polícia e pede a demissão de Theresa May.

Delegacias foram fechadas, prédios da polícia vendidos e 19 mil vagas extintas, desde 2010. O jornal conservador diz que Jeremy Corbin não hesitou em explorar eleitoralmente a controvérsia. O líder trabalhista foi um dos primeiros a apontar Theresa May como responsável por todas as reduções quando ela era ministra do Interior.

A premiê britânica se defende dizendo que, no último sábado, após o ataque na ponte de Londres, os policiais conseguiram neutralizar os três terroristas em oito minutos. Segundo ele, isso prova que eles têm os meios para cumprir sua missão.

Terrorista conhecido dos serviços de segurança

Mas um dos dois terroristas do atentado do último sábado, já identificado pelas autoridades, era conhecido dos serviços de segurança, colocando mais lenha na fogueira. Libération informa que a unidade antiterrorista não pensava que Kuram Butt, um britânico de 27 anos de origem paquistanesa, estivesse preparando um atentado.

O caso é parecido com o dos envolvidos nos atentados de Westminster, em março, e de Manchester, há duas semanas, que também estavam no radar da polícia. Os investigadores acreditam que os três ataques, reivindicados pelo grupo Estado Islâmico, foram concebidos em solo britânico.

O jornal explica como funciona o dipositivo que existe desde 2003 no país para identificar indivíduos que podem se radicalizar. Nos últimos dois anos, cerca de 20 pessoas foram assinaladas por dia e uma em cada dez foi objeto de uma investigação aprofundada. A polícia garante que cerca de mil indivíduos foram encaminhados para programas de prevenção contra a radicalização e que 150 tentativas de embarque para participar dos conflitos na Síria e no Iraque foram impedidos.

No entanto, o programa é alvo de críticas, ressalta Libération. ONGs dizem que ele é contraprodutivo ao estigmatizar comunidades ou indivíduos, aumentando assim, paradoxalmente, os riscos deles serem seduzidos por uma ideologia extremista.

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