Premiê britânica atribui atentado ao extremismo e defende mudança de estratégia

A primeira-ministra britânica Theresa May atribuiu o atentado de sábado (3) à noite em Londres ao "extremismo islamita" e anunciou que as eleições legislativas acontecerão na próxima quinta-feira (8) como está previsto. May disse que o país enfrenta "uma nova forma de ameaça", na qual os autores dos atentados "copiam uns aos outros" e se inspiram em "uma ideologia do mal do extremismo islamita".

Theresa May: "A violência nunca deve perturbar o processo democrático", disse a premiê, anunciando a manutenção das eleições no dia 8 de junho. REUTERS/Kevin Coombs

"O terrorismo alimenta o terrorismo e os autores passam ao ato não com base em complôs cuidadosamente preparados, e sim porque são agressores que copiam uns aos outros utilizando os meios mais ordinários", disse May em Downing Street, na sede do governo britânico, após uma reunião extraordinária do conselho de segurança. Vencer a ideologia islamita "é um dos grandes desafios do nosso tempo", completou a primeira-ministra, antes de ressaltar que a resposta não deve ser apenas realizar operações antiterroristas continuamente, e sim levá-la ao terreno das ideias, às redes sociais e à internet "para evitar a propagação". 

Ontem, por volta de 22h no horário local, 19h em Brasília, sete pessoas morreram e 48 ficaram feridas depois que três terroristas atropelaram pedestres que passavam pela famosa London Bridge, antes de esfaquear pessoas que estavam nos bares do Borough Market, uma área de lazer movimentada da capital britânica. Os três agressores foram mortos pela polícia.

A polícia britânica realizou buscas no apartamento de um dos três autores do ataque na manhã de domingo (4). Segundo o canal de TV Sky News, quatro homens e uma mulher foram detidos nessa operação, realizada no distrito de Barking.

Eleição legislativa de 8 de junho está mantida

Quase todos os partidos suspenderam a campanha neste domingo, mas esta continuará "amanhã (segunda-feira) e as eleições gerais acontecerão como estava previsto na quinta-feira, 8 de junho", disse May. "O Partido Conservador não fará campanha nacional hoje. Vamos avaliar a situação durante o dia", afirmou um porta-voz da formação.

O líder do opositor Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, afirmou em um comunicado que seu partido suspenderá todos os atos eleitorais em nível nacional "como demonstração de respeito aos falecidos e aos feridos". Também decidiram suspender a campanha o Partido Nacional Escocês (SNP) e o Partido Liberal Democrata. O líder do partido antieuropeu UKIP, Paul Nuttall, foi o único que não suspendeu a campanha, porque, segundo ele, "é exatamente o que os extremistas querem que façamos".