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Le Monde destaca "sinceridade" de Angela Merkel ao criticar Trump

No editorial da edição datada de terça-feira (30), o jornal francês analisa a atitude política da chanceler alemã depois da visita do presidente americano à Europa.

Chanceler Angela Merkel teve editorial do jornal Le Monde dedicado à sua franqueza sobre o presidente Donald Trump
Chanceler Angela Merkel teve editorial do jornal Le Monde dedicado à sua franqueza sobre o presidente Donald Trump REUTERS/Fabrizio Bensch
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Le Monde começa o editorial refletindo que depois do comunicado final da cúpula dos países participantes do G7 - grupo das sete maiores economias do mundo (Estados Unidos, Alemanha, Itália, França, Reino Unido, Japão e Canadá), que se encerrou no sábado (27) na cidade italiana de Taormina, Angela Merkel merece um crédito: o da franqueza.

No domingo (28), durante uma reunião eleitoral em Munique, ela fez publicamente "um balanço catastrófico da turnê europeia do presidente americano Donald Trump, dos seus encontros na União Europeia e no Conselho Europeu, em Bruxelas, à própria cúpula do G7".

"O tempo em que podíamos contar totalmente uns com os outros, está praticamente ultrapassado. Eu vivi essa experiência nestes últimos dias. É por isto que nós, europeus, devemos ser donos do nosso próprio destino. Naturalmente, com amizade com os Estados Unidos e o Reino Unido, e na boa vizinhança possível com a Rússia", declarou.

O apelo da Alemanha

O jornal analisa que a semana passada foi mais negativa para a Alemanha do que para os outros países europeus. Na política da Defesa, Trump recusou de mencionar claramente o artigo 5 da OTAN que obriga seus membros a socorrerem um dos seus Estados-membros, em caso de ataque.

A questão do clima, prioritária para os alemães, foi bloqueada pelo presidente americano e nem constou no comunicado final do G7: "Uma situação de seis contra um", denunciou a chanceler, observando que os Estados Unidos não deram até agora nenhum sinal de que vão ratificar, ou não, o acordo da COP-21 para a redução do aquecimento global.

Sobre o comércio, Trump não mediu as palavras ao dizer que "os alemães são muito, muito maus", referindo-se aos excedentes comerciais. Sem esquecer do seu silêncio sobre a acolhida de mais de um milhão de migrantes por Berlim.

Le Monde analisa que a Alemanha atravessa uma fase de dificuldades, pois sempre contou com os anglo-saxões. Se de um lado os americanos garantiam a paz e a segurança, do outro os britânicos defendiam o livre comércio face às tentações do protecionismo francês. Hoje, o Brexit e o distanciamento americano vieram perturbar esse equilíbrio.

O artigo analisa que quando Merkel diz "nós, europeus", ela lança um apelo à França, seu grande apoio depois do anúncio do Brexit e em caso de um afastamento concreto dos americanos. Le Monde considera que o presidente Emmanuel Macron, que recebe nesta segunda-feira (29) o chefe de estado russo Vladimir Putin em Versalhes, deve responder ao distanciamento anglo-saxão e ao apelo da Alemanha, o primeiro depois de muito tempo. "A resposta é europeia", conclui o editorial.

 

 

 

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