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Atentado/ Manchester

Grã-Bretanha eleva alerta terrorista para nível máximo, após ataque em Manchester

A primeira-ministra britânica, Theresa May, anunciou na noite desta terça-feira (23) a elevação do nível de alerta terrorista de "grave" para "crítico", o mais elevado da escala. A decisão foi tomada um dia após o atentado suicida cometido por um estudante britânico de origem líbia. A explosão no final do show da cantora Ariana Grande, em Manchester, deixou 22 mortos.

Ataque em Manchester: Theresa May eleva alerta de terrorismo para nível "crítico"
Ataque em Manchester: Theresa May eleva alerta de terrorismo para nível "crítico" TT News Agency/Anders Wiklund via REUTERS
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"Não podemos ignorar a possibilidade de que um grupo mais amplo de indivíduos esteja ligado ao atentado de Manchester", declarou Theresa May ao anunciar sua decisão de elevar o alerta. O nível "crítico" significa a possibilidade de um ataque iminente. De acordo com o plano, a polícia será auxiliada pelo Exército, que patrulhará as ruas.

O grupo extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou o atentado nas redes sociais, indicando que um "dos soldados do califado colocou bombas no meio da multidão". Os extremistas ameaçaram realizar novos ataques.

A polícia identificou Salman Abedi, 22 anos, "como o suspeito da atrocidade cometida" em Manchester. "Nossa prioridade é estabelecer se ele agiu sozinho ou dentro de uma rede", revelou um investigador.

De acordo com a imprensa britânica, Abedi nasceu em Manchester de pais que fugiram do regime líbio de Muammar Khadaffi. Eles emigraram primeiro para Londres antes de se estabelecerem no sul de Manchester, no bairro de Fallowfield, onde vivem há dez anos. O casal teve três filhos.

Abedi cursou a faculdade de Administração de empresas da Universidade de Salford, em Manchester, entre 2014 e 2016, mas abandonou a instituição sem obter o diploma. Durante o curso, ele não teve qualquer problema na faculdade e também não manteve contato com o imã da instituição.

Um homem de 23 anos, que teria ligação com o atentado, foi preso na manhã de terça-feira em Chorlton, ao sul de Manchester, mas a polícia não especificou a natureza do vínculo entre o suspeito e o autor da explosão.

Infância e juventude visadas

O autor do atentado "visou deliberadamente crianças e jovens que deveriam estar aproveitando uma das melhores noites de suas vidas", lamentou Theresa May.

Uma menina de 8 anos, Saffie Rose Roussos, foi a segunda vítima identificada depois de Georgina Callander, de 18 anos, uma estudante também de Lancashire. De acordo com a imprensa britânica, Saffie assistiu ao show na Manchester Arena ao lado da mãe e da irmã, que se encontram sob cuidados médicos.

O número de mortos pode aumentar, uma vez que alguns dos 59 feridos hospitalizados estão em estado grave, segundo May, que chegou no início da tarde em Manchester, segunda maior cidade do país. Entre os feridos, há 12 crianças com menos de 16 anos, indicou David Radcliffe, diretor do serviço de ambulâncias da cidade.

Pais desesperados continuavam à procura de seus filhos, lançando apelos nas redes sociais, enquanto uma estrutura foi montada no estádio de futebol do Manchester City para as vítimas e os parentes.

"Havia muitas crianças e adolescentes como minha filha no show. É uma tragédia", lamentou Stephanie Hill, que assistiu ao espetáculo de Ariana Grande com sua filha Kennedy. "A Arena ficou pavorosamente em silêncio durante cinco ou seis segundos, que pareceram mais longos, e depois todo mundo correu em todas as direções", afirmou Kennedy à AFP."As pessoas caiam umas sobre as outras. Foi um caos completo. Queríamos sair o mais rápido possível porque achávamos que poderia haver alguém atirando", relatou.

"Alguns pais carregavam as filhas nos braços chorando", contou à AFP Sebastian Díaz, um jovem de 19 anos de Newcastle.

Reações

A rainha Elizabeth II chamou de "ato bárbaro" o atentado suicida de Manchester. "A nação inteira está chocada (...) expresso minha mais profunda simpatia a todos os afetados por esse terrível evento, em particular as famílias e próximos daqueles que foram mortos ou feridos", declarou a rainha em um comunicado.

O ataque de Manchester é o mais grave no Reino Unido desde julho de 2005, quando vários atentados suicidas deixaram 52 mortos, incluindo quatro terroristas, e 700 feridos no metrô e em um ônibus de dois andares de Londres. Esta ação foi reivindicada por um grupo que dizia pertencer à Al-Qaeda.

A explosão na Arena Manchester acontece dois meses após o atentado realizado perto do Parlamento de Londres, que fez 5 mortos e que também foi reivindicado pelo EI.

 

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