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Geopolítica

EUA criticam Rússia e cobram financiamento europeu na Otan

O chefe da diplomacia americana, Rex Tillerson, exigiu nesta sexta-feira (31) que seus aliados europeus aumentem seus gastos em defesa para alcançar 2% de seu Produto Interno Bruto (PIB) até 2024. Em sua primeira reunião na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), o secretário americano criticou a Rússia.

O chefe da diplomacia americana, Rex Tillerson, exigiu nesta sexta-feira que seus aliados europeus aumentem seus gastos em defesa para alcançar 2% de seu Produto Interno Bruto (PIB) até 2024, em sua primeira reunião na Otan.
O chefe da diplomacia americana, Rex Tillerson, exigiu nesta sexta-feira que seus aliados europeus aumentem seus gastos em defesa para alcançar 2% de seu Produto Interno Bruto (PIB) até 2024, em sua primeira reunião na Otan. REUTERS/Virginia Mayo/Pool
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"Os aliados que não têm programas específicos para gastar 2% do PIB em defesa até 2024 devem implementá-los agora. Os que têm um programa para chegar a 2% devem acelerar seus esforços e obter resultados", disse Tillerson diante de seus 27 colegas dos demais países da Otan, reunidos na sede da entidade, em Bruxelas.

Em seu discurso, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos pediu aos líderes da Aliança que aprovem esse objetivo durante a reunião de cúpula com o presidente Donald Trump no próximo dia 25 de maio, em Bruxelas. "Até o final do ano, todos os aliados devem ter cumprido com os seus compromissos ou ter criado o programas com os meios necessários para alcançá-los", insistiu o secretário de Estado.

Durante anos, e bem antes da chegada ao poder do presidente republicano, Washington queixou-se de um desequilíbrio na "partilha de encargos" financeiros dos aliados na Otan. O assunto criou um mal-estar durante a visita da chanceler alemã, Angela Merkel, a Washington, quando Trump teria dito que Berlim tem uma dívida de US$ 350 bilhões com a organização. Atualmente, a Alemanha investe 1,2% de seu PIB em defesa.

Os europeus se comprometeram a realizar o objetivo de investir 2% de seu PIB até 2024, durante uma reunião da Otan ocorrida em 2014, no País de Gales. Mas até o momento, apenas cinco países do bloco honraram o compromisso.

"Como disse claramente o presidente Trump, os Estados Unidos não podem mais manter uma parcela desproporcional dos gastos de defesa da Otan. Os aliados devem aumentar seus gastos em defesa para cumprir os seus compromissos", sublinhou Rex Tillerson. "A capacidade da Aliança de garantir a segurança da comunidade transatlântica depende dessa disposição", enfatizou. Tillerson assegurou que o presidente e o Congresso dos Estados Unidos apoiam a Otan.

Os países europeus estavam preocupados com as declarações sensacionalistas de Trump. O bilionário chegou ao poder dizendo que a Otan estava "obsoleta" e que o Brexit era "uma coisa maravilhosa".

EUA denunciam "agressão" da Rússia na Ucrânia

O governo americano também mudou de tom em relação à Rússia. Em sua primeira reunião na sede da Aliança, Tillerson denunciou uma "agressão" da Rússia contra a vizinha Ucrânia. Segundo ele, é importante discutir a postura da Otan na Europa, em particular na Europa do Leste, palco de um conflito entre russos e ucranianos que já dura três anos. A declaração surpreendeu, depois de Trump demonstrar publicamente grande afinidade com o líder russo, Vladimir Putin. 

Responsáveis do Departamento de Estado americano também indicaram que Tillerson vai trabalhar com os membros da Otan para obrigar a Rússia a cumprir com os compromissos estabelecidos nos acordos de Minsk,  para colocar fim à guerra no leste da Ucrânia. O conflito começou em 2014, quando Moscou anexou a península ucraniana da Crimeia e, depois, continuou apoiando os separatistas pró-russos do leste ucraniano no combate ao governo pró-ocidental de Kiev.

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