Polícia prende mais duas pessoas ligadas ao autor do ataque de Londres

A polícia britânica anunciou nesta sexta-feira (24) mais duas prisões importantes relacionadas ao atentado de Londres. As autoridades também revelaram que o verdadeiro nome do autor do ataque era Adrian Russell Ajao.

"Foram realizadas mais duas detenções importantes durante a noite", afirmou Mark Rowley, comandante da unidade antiterrorista da Scotland Yard durante coletiva a imprensa nesta sexta-feira (24) em Londres. REUTERS/Peter Nicholls

"Foram realizadas mais duas detenções significativas durante a noite", afirmou Mark Rowley, comandante da unidade antiterrorista da Scotland Yard, o que eleva a nove o número de pessoas sob custódia. Uma mulher foi liberada após o pagamento de fiança.

Identificado como Khalid Masood, o verdadeiro nome do agressor é Adrian Russell Ajao, revelou o comandante durante uma coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira. Segundo as autoridades, o britânico mudou de nome ao se converter ao islã.

De acordo com Rowley, a investigação se concentra agora em entender a motivação do agressor, a preparação do ataque e se Russell Ajao teve cúmplices. "Queremos saber se agiu absolutamente sozinho, inspirado por propaganda terrorista, ou se recebeu ajuda de outros", afirmou o comandante.

A investigação é "ampla e avança rápido", disse Rowley, antes de informar que 2.700 itens foram apreendidos durante as operações de busca, "incluindo grandes quantidades de dados em computadores".

Quem é Adrian Russell Ajao

Adrian Russell Ajao tinha 52 anos - uma idade considerada elevada para os autores deste tipo de atentado. Ele nasceu no dia 25 de dezembro de 1964 no condado de Kent, sudeste da Inglaterra. A mudança de nome indica a conversão ao islã.

Segundo a imprensa britânica, ele trabalhou como professor na Arábia Saudita, na década passada, quando se radicalizou. O agressor morava há algum tempo na região de Birmingham, com a mulher e os filhos. Os vizinhos o descrevem como uma pessoa "muito religiosa".

A Scotland Yard aponta que Russell Ajao não era alvo de nenhuma investigação: "os serviços de inteligência não possuíam elementos sobre sua intenção de executar um atentado terrorista". No entanto, o homem teve muitos problemas com a lei e tinha várias condenações por agressões e delitos de distúrbios públicos, mas não de terrorismo, segundo a polícia. Sua última condenação data de em dezembro de 2003 por posse de arma branca.

Balanço de vítimas

O falecimento de um homem na noite de quinta-feira (23) elevou o balanço do ataque a quatro mortos, além do criminoso, e 50 feridos - o número anterior era 40 - de 12 nacionalidades. O londrino Leslie Rhodes, de 75 anos, faleceu em consequência dos ferimentos sofridos no atentado.

As outras vítimas fatais foram Aysha Frade, uma londrina de origem espanhola de 43 anos, mãe de duas meninas, o turista americano Kurt Cochran, de 54 anos, que celebrava bodas de prata na capital inglesa, e o policial Keith Palmer, de 48 anos, esfaqueado na entrada do Parlamento.

Segundo Rowley, "duas pessoas permanecem no hospital em estado muito grave, e uma delas luta entre a vida e a morte". Outros dois policiais feridos no ataque também continuam no hospital com "ferimentos significativos".

Volta à normalidade

Após a homenagem às vítimas que lotou Trafalgar Square na quinta-feira à noite, Londres voltou à normalidade na manhã desta sexta-feira. A área de Westminster e do Parlamento, incluindo a estação de metrô e a circulação na ponte em que o agressor atropelou a maioria das vítimas, já estava aberta ao público e ao tráfego.

A manifestação prevista para sábado (25) com o objetivo de pedir que o Reino Unido respeite os direitos dos europeus após a saída da União Europeia foi adiada, de acordo com os organizadores, para respeitar o trabalho e as investigações que a polícia realiza sobre o atentado.

Com informações da AFP