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Linha Direta

Europeus vão criar ilhas artificiais para gerar energia eólica no Mar do Norte

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As Ilhas artificiais do tamanho de 900 campos de futebol serão construídas no Mar do Norte. Cercadas de turbinas eólicas, elas deverão garantir o abastecimento de energia elétrica a 80 milhões de europeus a partir de 2030. Um consórcio formado por empresas da Dinamarca, Holanda e Alemanha será criado na próxima semana para implementar o projeto de construção das ilhas.

As ilhas artificiais, cercadas por eólicas, funcionarão como central de armazenamento e transmissão de energia.
As ilhas artificiais, cercadas por eólicas, funcionarão como central de armazenamento e transmissão de energia. Divulgação
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Margareth Marmori, correspondente da RFI na Dinamarca

As ilhas vão funcionar como a uma central de rede de armazenamento e transmissão de energia. Cada uma delas será cercada por aproximadamente 7 mil turbinas de energia eólica, a energia produzida pelo vento, e gerar cerca de 30 GW (Gigawatt), o que é cinco vezes mais do que o máximo que a Dinamarca consome em um dia. A eletricidade seria transmitida através de cabos a seis países do norte europeu: Holanda, Dinamarca, Alemanha, Noruega, Reino Unido e Bélgica.

A ideia é que a rede elétrica desses países seja interligada, o que vai permitir a compra e venda de energia entre eles. Assim, países com consumo maior num dado momento poderão comprar dos que têm energia de sobra.
A iniciativa do projeto partiu da empresa TenneT e terá a participação das suas subsidiárias na Alemanha e na Holanda, além da dinamarquesa Energinet. No dia 23 de março, em Bruxelas, as três companhias assinarão um acordo para criação do consórcio que levará o projeto adiante e a expectativa é que mais empresas de outros países se juntem ao empreendimento.

Local de construçéao das ilhas

As "Power Link" serão construídas a 100 kmm da costa britânica.
As "Power Link" serão construídas a 100 kmm da costa britânica. Divulgação

O projeto prevê a construção das ilhas no Dogger Bank, que é um banco de areia gigantesco situado a mais de 100 km de distância da costa britânica, no Mar do Norte, onde venta muito. Cada ilha, chamada de Power Link, deverá ter 6 km2 quadrados e ocupará uma área muito pequena, de menos 0,5% do banco de areia. Mas, como as ilhas serão construídas de forma modular, essa área poderá ser duplicada ou mesmo triplicada.

Já as turbinas eólicas cobririam uma área bem maior, de mais de 11 mil km2. As empresas envolvidas no projeto calculam que o sistema, composto de duas ou três ilhas, será capaz de gerar 70 GW e fornecer energia para 80 milhões de pessoas.
A estimativa é que serão necessários 200 milhões de metros cúbicos de areia para formar a ilha. Só a areia e pedras necessárias para construir a ilha custarão pelo menos um € 1,5 bilhão , o que equivale a cerca de R$ 5 bilhões .

 

Custo alto demais?

O custo é alto, mas as empresas envolvidas no projeto argumentam que a ilha poderá contribuir para baratear a transição do uso das atuais formas de energia para fontes renováveis. Um fator determinante para justificar economicamente o projeto é que a ilha seria construída sobre um banco de areia, onde o mar é bem raso. Isso facilita e barateia a construção e também a instalação das turbinas de energia eólica.

Um outro fator importante é que, como os parques de energia eólica ocupam um espaço muito grande, está ficando cada vez mais difícil encontrar locais adequados para a instalação das turbinas em terra e na costa dos países do norte da Europa. Só para se ter uma ideia, as turbinas mais modernas chegam a medir 200 m de altura e ter hélices com mais de 80 m de comprimento. Além disso, a ilha poderia abrigar funcionários, oficinas de montagem e peças de reposição, o que também ajudaria a reduzir os custos de manutenção do empreendimento.

Os países do Norte da Europa têm investido maciçamente em energia eólica. A Dinamarca, por exemplo, onde aproximadamente 40% da eletricidade consumida vem da força dos ventos, é o líder mundial no uso desse tipo de energia. A meta do governo dinamarquês é que daqui a três anos a energia eólica seja responsável pela metade do consumo de eletricidade no país.

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