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Com Brexit, países do leste europeu temem nova "cortina de ferro" na UE

Os líderes da União Europeia se reuniram nesta sexta-feira (10) em Bruxelas, sem o Reino Unido, para abordar o futuro com 27 países. O encontro foi marcado pela ameaça de um desequilíbrio de forças de decisão entre os países do oeste e do leste que integram o bloco. 

Primeira-ministra da Polônia, Beata Szydlo, denunciou o conceito de um bloco europeu "com velocidades diferentes", em 10 de março de 2017
Primeira-ministra da Polônia, Beata Szydlo, denunciou o conceito de um bloco europeu "com velocidades diferentes", em 10 de março de 2017 REUTERS/Francois Lenoir
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Para superar a partida do Reino Unido, a Alemanha e a França pediram que os países-membros da União Europeia aceitem a possibilidade de uma Europa "com velocidades diferentes". O conceito se refere à capacidade de algumas nações mais potentes tomarem decisões mais rapidamente do que outras em termos de defesa, zona do euro, harmonização fiscal e social. Se Bélgica, Luxemburgo e Espanha aprovam a ideia, o oposto acontece com os países do leste da Europa como Polônia, Hungria, República Checa e Eslováquia, que temem que na nova configuração, redistribuição das decisões, possam ser relegados a segundo plano.

A primeira-ministra da Polônia, Beata Szydlo, foi enfática: "Não aceitaremos esse conceito", ela disse, estimando que o mesmo compromete a integridade do bloco. Único país a votar contra, a Polônia também tentou impedir, em vão, que Donald Tusk fosse reeleito para o cargo de presidente do Conselho Europeu até novembro de 2019. O governo populista e conservador de Varsóvia considera Tusk um inimigo político e define o voto a seu favor como "um precedente perigoso".

Em coletiva de imprensa, o presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker, tentou colocar panos quentes, garantindo que a chamada Europa com "velocidades diferentes" não visa criar uma cortina de ferro. "Esta não é a intenção".

Unidos na diversidade, defende Merkel

"O lema é que estejamos unidos, mas unidos na diversidade", afirmou a chanceler alemã Angela Merkel.
Já o presidente francês, François Hollande, defendeu que é necessário que alguns países da União Europeia sejam capazes de avançar mais depressa do que outros porque a Europa demonstrou que não é capaz de tomar as boas decisões no momento certo".

A Polônia também se recusou a endossar as conclusões da reunião sobre temas diversos como imigração, economia, defesa e situação dos Balcãs.

Junker, por seu lado, utilizou um tom conciliador: "Nosso principal objetivo deve ser reforçar nossa confiança mútua e a unidade dos 27". Fechando a reunião, ele enviou uma mensagem a Londres: "Espero que um dia os britânicos embarcarão de novo no navio europeu".

 

 

 

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