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Trump é ameaça até para os ursos polares

Esta segunda-feira (27) é o Dia internacional do urso polar. Em 2008, eles foram inscritos na lista de espécies ameaçadas. Se Obama criou um programa para protegê-los, não se sabe o que a política ambiental de Trump, mais preocupada com a indústria do que com a preservação da natureza, reserva para esses animais raros.

Urso polar em Svalbard, na Noruega
Urso polar em Svalbard, na Noruega (Photo by Wolfgang Kaehler/LightRocket via Getty Images)
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As previsões são mais do que preocupantes. Calcula-se que 80% dos ursos polares podem desaparecer nos próximos 50 anos. Hoje, no mundo, existem somente 31.000 "ursus maritimus", seu nome científico. Eles habitam o polo Norte e as calotas de gelo do Canadá, de Sptizberg, no norte da Dinamarca, e da Sibéria.

Quem são os inimigos do urso polar?

São três as principais ameaças à sobrevivência dos ursos. O derretimento do gelo, os caçadores ilegais e a poluição das águas.

Rémy Marion, um dos grandes especialistas franceses em ursos, explica que o ano de 2016 marcou uma reviravolta negativa: " Nunca a calota de gelo levou tanto tempo para se recompor. Há 30 anos, eu via a neve hibernal endurecer e congelar em novembro. No ano passado, a calota da baía de Hudson, abaixo do Canadá, congelou em meados de dezembro, é bem tarde! Isto prolonga o periodo de jejum e hibernação dos animais e reduz o número de focas, que são o seu alimento. Para as fêmeas também é perigoso, porque se ficarem muito magras não podem ter filhotes e, sem comida, não podem alimentá-los", preocupa-se o cientista.

Plano "Urso", de Obama, está em perigo

Ao deixar a Casa Branca, o ex-presidente norte-americano, Barack Obama, assinou um plano chamado "Urso polar", o primeiro texto de grande envergadura em favor da preservação do mamífero. O programa foi iniciado pela entidade americana da pesca e da fauna no Alasca (USFWS), em parceria com as autoridades inuítes e organismos internacionais.

Elogiado por todos os cientistas e associações ambientais, o plano prevê um diálogo com os caçadores locais para limitar a caça selvagem e protege determinadas áreas contra a instalação de plataformas petrolíferas para evitar a poluição. Mas hoje, com a chegada de Donald Trump ao poder, a pergunta é inevitável: o plano vai sobreviver?

Ainda é cedo para responder à pergunta, mas o entrevistado Rémy Marion é cético: "Diante dos interesses petrolíferos e da nomeação de Scott Pruitt à frente da Agência de proteção do Meio Ambiente, podemos prever o pior", observa, lembrando que Pruitt, ex-ministro da Justiça de Oklahoma, é um próximo dos industriais americanos.

(Informações de Marina Mielczarek, RFI)

 

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