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Espanha: reeleição de Iglesias à frente do Podemos pode unificar partido

Pablo Iglesias foi reeleito por larga maioria neste domingo (12) como secretário-geral do Podemos, o jovem partido espanhol de esquerda que se tornou a terceira força política do país.

Pablo Iglesias, reeleito secretário-geral do Podemos, discursa no Palácio dos Congressos de Vista Alegre, em Madri, em 12 de fevereiro de 2017
Pablo Iglesias, reeleito secretário-geral do Podemos, discursa no Palácio dos Congressos de Vista Alegre, em Madri, em 12 de fevereiro de 2017 REUTERS/Sergio Perez
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Pablo Iglesias, de 38 anos, foi ratificado no cargo com cerca de 90% dos votos dos mais de 155.000 militantes que participaram das eleições internas no Palácio dos Congressos de Vista Alegre, em Madri. O carismático político conseguiu impor uma maioria de seus candidatos na direção e também foram ratificados seus programas para o futuro do partido, segundo foi anunciado durante o congresso da formação.

Iglesias e Errejón: visões opostas

Este panorama vitorioso para o reeleito, coloca um ponto final no duelo com o número dois do Podemos, Íñigo Errejón; os dois homens têm visões bem diferentes sobre os rumos que o partido deve seguir, o que provocou um racha interno que ameaçou a própria sobrevivência da formação. "Há um mandato unânime para este conselho, para este secretário-geral: unidade e unidade", afirmou Iglesias, após o anúncio de sua vitória.

Milhares de simpatizantes se reuniram desde sábado (11) no palácio dos Congressos de Vistalegre, em Madri.
Os militantes desta formação nascida em 2014, no calor dos protestos contra a austeridade imposta em meio à crise econômica, acompanharam surpresos o choque frontal entre Iglesias e seu número dois, Iñigo Errejón. Amigos há 14 anos, desde a universidade, eles mantiveram um duelo bastante midiático sobre o futuro do Podemos que, segundo as últimas pesquisas, pode se impor como a segunda força política, à frente dos socialistas e atrás do Partido Partido Popular (conservador, situação).

Errejón, de 33 anos, defendia um conceito de transversalidade para captar eleitores de uma esquerda mais moderada, enquanto Iglesias defendia priorizar a ação antiausteridade nas ruas. Errejón também buscava o trabalho parlamentar, com alianças com os socialistas, para poder se impor ante o partido conservador em minoria.

"Unidade" é a palavra de ordem

Durante o congresso, os militantes insistiram na necessidade de superar as diferenças de visão na formação que dispõe, em coalizão com os ecocomunistas da Esquerda Unida, 71 dos 350 deputados no Congresso e governa em coalizão cidades importantes como Madri e Barcelona.

Entre gritos constantes de "unidade, unidade!", Miguel Urban, líder de uma terceira corrente, anticapitalista, declarou em um discurso vigoroso no sábado que "aqui em Vistalegre não há inimigos", mas que "os inimigos estão fora de Vistalegre e são poderosos".

Nos meses que antecederam o congresso, Iglesias foi acusado pelos apoiadores de Errejón e pelos anti-capitalistas de concentrar muito poder dentro da organização.
 

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