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Linha Direta

Ataque com caminhão em Berlim pode reforçar discurso de partidos xenófobos

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Um caminhão invadiu uma feira natalina em Berlim na noite de segunda-feira (19), matando ao menos 12 pessoas e ferindo pelo menos outras 48. A polícia trabalha com a pista de um atentado, enquanto autoridades alemãs temem que ataque possa reforçar o discurso dos partidos xenófobos no país.

Berlim: homem morto encontrado no caminhão era polonês
Berlim: homem morto encontrado no caminhão era polonês REUTERS/Pawel Kopczynski
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Marcio Damasceno, correspondente da RFI em Berlim

A polícia alemã declarou acreditar que o veículo foi dirigido intencionalmente contra o mercado, mas as autoridades ainda não confirmaram se o incidente é um atentado terrorista. O suspeito fugiu e foi preso a poucos quilômetros do local. Segundo a imprensa americana, o grupo Estado Islâmico teria reivindicado o ataque.

A imprensa alemã divulga, na manhã desta terça-feira (20) que o motorista do caminhão seria um jovem paquistanês, de 23 anos, que teria chegado à Alemanha como solicitante de asilo em fevereiro de 2016, e seria fichado na polícia por pequenos delitos. Segundo essas informações ainda não confirmadas, ele estaria vivendo em um abrigo para refugiados.

A polícia não informou como morreu o passageiro do caminhão, que foi encontrado sem vida dentro do veículo. O que se sabe até o momento é que ele tem nacionalidade polonesa. O caminhão, também com placa polonesa, é de uma transportadora da cidade de Stettin, no noroeste da Polônia.

O caminhão estava carregado com vigas de aço que deveriam ser entregues nesta terça-feira em Berlim. O dono da transportadora teria dito à imprensa polonesa acreditar que o caminhão foi roubado da empresa e que o motorista que dirigia o veículo está desaparecido.

Consequências políticas

O governo alemão teme que o incidente renda votos para as legendas xenófobas e populistas. No final das contas, o caso pode dificultar bastante uma reeleição de Merkel, cuja política de imigração foi pautada pela acolhida de refugiados da guerra na Alemanha.

A Alemanha realiza eleições no próximo ano e Merkel é candidata. Nas redes sociais, muitos políticos populistas já condenam o possível atentado, com discurso de ódio contra estrangeiros e refugiados. O partido populista de direita AfD (Aliança pela Alemanha) é um deles.

Medidas de segurança devem ser reforçadas

As autoridades dizem não saber de planos de atentados contra mercados de Natal, que existem aos milhares na Alemanha. Mas se sabe que esses lugares são alvos relativamente fáceis de serem atingidos.

As cercas que protegem essas feiras de Natal logicamente não são suficientes para barrar um caminhão das dimensões como a do que provocou essa tragédia. Os eventos previstos para serem realizado neste fim de ano em toda a Alemanha devem ter suas medidas de segurança reforçadas.

A praça que foi invadida pelo caminhão fica na região central da antiga parte ocidental de Berlim, diante da Igreja Gedächtniskirche (Igreja da Memória, em português), parcialmente destruída pela guerra. O local é um destino turístico conhecido em Berlim. Próximos dali ficam a Estação de metrô Zoo, o jardim zoológico e a famosa avenida Kurfürstendamm. O mercado de Natal atacado é um dos maiores de Berlim.

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