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Terrorismo

Merkel confirma que ataque com caminhão em Berlim foi "um atentado"

A chanceler alemã, Angela Merkel, confirmou nesta terça-feira (20) que o ataque com um caminhão que deixou 12 mortos e 48 feridos na noite de segunda-feira (19), em um mercado de Natal de Berlim, foi um atentado. O homem que lançou o veículo contra os frequentadores foi preso e é interrogado pelas autoridades.

A chanceler alemã, Angela Merkel, durante pronunciamento nesta terça-feira (20) após atentado ocorrido em Berlim.
A chanceler alemã, Angela Merkel, durante pronunciamento nesta terça-feira (20) após atentado ocorrido em Berlim. EUTERS/Hannibal
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Vestida de preto, Merkel fez um rápido pronunciamento. Ela declarou que o país está de luto e que todos os alemães estão unidos nesse momento de dor. A chanceler disse que está confiante de que os investigadores descobrirão quem comandou esse atentado.

Visivelmente chocada, a chanceler afirmou que seria particularmente "repugnante" descobrir que o responsável pelo ataque é um refugiado, dentre os milhares que os alemães receberam de braços abertos no último ano. "Milhões de pessoas, como eu, se perguntam por que um mercado de Natal, que é o símbolo da vida e do nascimento de Cristo foi atacado. Mas nós vamos encontrar forças para continuar vivendo livres e abertos."

Polonês foi morto a tiros

De acordo com o Ministério do Interior alemão, o homem encontrado morto dentro do caminhão, de nacionalidade polonesa, foi morto a tiros. O veículo tinha placa da Polônia e pertencia a uma transportadora polonesa, da cidade de Stettin.

O dono da empresa, Ariel Zurawski, indicou que o motorista do caminhão é seu primo está desaparecido. Ele disse acreditar que o veículo tenha sido roubado. "Não temos contato com ele desde a tarde de ontem. Não sei o que aconteceu. É meu primo. Eu o conheço desde a infância", afirmou Zurawski.

O suposto autor do ataque está preso e sendo interrogado pela polícia. De acordo com o jornal alemão Bild, o homem seria Naved B., um paquistanês de 23 anos. Ele teria entrado na Alemanha como refugiado há um ano.

Em comunicado, o ministro alemão do Interior, Thomas de Maizière, declarou que os mercados de Natal e os eventos previstos para as festas de fim de ano não devem ser cancelados. "Pouco importa o que descobriremos sobre as motivações e o agressor. Não devemos sacrificar nosso modo de vida, baseado na liberdade", indicou, ressaltando que as medidas de segurança serão reforçadas.

Número de vítimas pode aumentar

O balanço provisório cita ao menos 12 mortos e 48 pessoas hospitalizadas, algumas delas em estado grave. Até o momento, as autoridades não divulgaram as identidades das vítimas.

O mercado natalino atingido pelo caminhão fica no centro da capital, a dois passos da Gedächtniskirche - a Igreja da Memória, uma das principais atrações turísticas berlinenses - e de uma movimentada avenida comercial, a Kurfürstendamm.

Várias horas depois, o caminhão permanecia no mercado. O local foi isolado pelas forças de segurança. No chão era possível observar vigas de madeira destruídas, adereços natalinos e uma árvore de Natal.

Autoridades reagem

As reações de solidariedade da comunidade internacional se multiplicaram. "Os Estados Unidos condenam nos termos mais firmes o que parece ser um atentado terrorista em um mercado de Natal de Berlim", afirmou o porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, Ned Price, em um comunicado.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, foi mais lonte e denunciou os "terroristas islâmicos" que agridem "continuamente os cristãos".

Em nota divulgada pelo Palácio Eliseu, o presidente francês, François Hollande, declarou que "os franceses compartilham o luto dos alemães frente a essa tragédia que atinge toda a Europa", cinco meses depois do atentado de Nice que matou 86 pessoas e foi reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI).

Outros ataques na Alemanha

Até agora, a Alemanha havia sido poupada dos ataques extremistas de ampla envergadura, mas vários atentados islâmicos foram cometidos, recentemente, por "lobos solitários".

Em julho, o grupo Estado Islâmico (EI) assumiu a autoria de um atentado cometido por um sírio de 27 anos, que deixou 15 feridos, e também de um ataque lançado por um solicitante de asilo, provavelmente de origem afegã, de 17 anos, que deixou cinco feridos. Em outubro, um sírio se suicidou na prisão após ser detido. Segundo os investigadores, ele preparava um ataque contra um aeroporto de Berlim.

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