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Anne Frank pode ter sido descoberta "por acaso", segundo novo estudo

A adolescente judia Anne Frank e sua família podem ter sido encontrados "por acaso" em seu esconderijo em Amsterdã, e não por uma denúncia, como sempre se acreditou. A informação foi divulgada na sexta-feira (16) pelo Museu Anne Frank, na capital holandesa.

Anne Frank, na escola que frequentava em Amsterdã, em 1940
Anne Frank, na escola que frequentava em Amsterdã, em 1940 Wikimedia
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Um novo estudo sugere que os policiais que foram até o endereço onde a adolescente se escondia investigavam, na realidade, fraudes de cupons de racionamento e trabalho ilegal.

"A pergunta sempre foi: quem denunciou Anne Frank e os demais? Esse foco explícito no fato da traição restringe, entretanto, a perspectiva da prisão e exclui de antemão outros cenários", destaca o comunicado do museu, que fica no mesmo edifício onde a família se escondeu durante a Segunda Guerra Mundial.

Anne Frank e os parentes começaram a viver clandestinamente em julho de 1942, no anexo secreto da empresa de seu pai, para não ser capturados pelos nazistas. Eles permaneceram escondidos durante anos, até agosto de 1944, antes de ser descobertos e enviados para campos de concentração.

Um dos livros mais lidos do mundo

Nenhum estudo pôde determinar com certeza quem denunciou os Frank e as outras pessoas que se escondiam com eles. Foi no local que a adolescente escreveu seu famoso diário, um dos livros mais lidos do mundo, traduzido para 67 idiomas e que vendeu mais de 30 milhões de exemplares.

Com base em escritos de março de 1944 e em novos documentos, o pesquisador Gertjan Broek concluiu que "o edifício do canal Prinsengracht 263 não era apenas o esconderijo de oito judeus".

Funcionários de outra empresa que ficava no mesmo imóvel foram presos alguns meses antes por tráfico de cupons de racionamento, o que teria levado a uma batida dos policiais e, consequentemente, a uma descoberta "por acaso" de Anne Frank e dos outros moradores do anexo secreto.

"O estudo não rejeita a possibilidade de delação, mas leva em conta outros cenários possíveis", afirmou o diretor-geral do museu Anne Frank House, Ronald Leopold, citado no comunicado. "Esperamos que outros pesquisadores também se sintam motivados a seguir novas pistas", acrescentou.

Anne Frank morreu de tifo no início de 1945 no campo de concentração Bergen-Belsen, poucos dias depois de sua irmã Margot. Seu pai, Otto Frank, foi o único sobrevivente do anexo secreto.

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