Brexit faz UE reduzir previsões de crescimento para 2017
A Comissão Europeia reduziu nesta quarta-feira (9) as previsões de crescimento para 2017 devido ao impacto da decisão dos britânicos de abandonar o bloco, o que implicaria também em uma queda de quase 50% da expansão do próprio Reino Unido.
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"Em 2016, o crescimento na zona do euro será de 1,7%; em 2017, de 1,5% , e de 1,7% em 2018", comunicou o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici, ressaltando "o nível elevado de incertezas na Europa e em outras regiões".
Alegando maior volatilidade e o Brexit, a Comissão reduz em 0,3% suas previsões para 2017.
Interrogado sobre o impacto da vitória do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, Moscovici reiterou a necessidade de se reforçar a recuperação econômica. "A frustração expressa nos Estados Unidos ecoa claramente entre os eleitores europeus, muitos deles se sentem excluídos da recuperação econômica e se distanciam de seus governos", disse o comissário.
Brexit vai desfalcar o Reino Unido
Relembrando os fatos, em junho passado os britânicos decidiram abandonar a União Europeia; uma decisão que Londres planeja comunicar oficialmente a Bruxelas antes do fim de 2017, dando início às difíceis negociações do divórcio. "Provavelmente, a incerteza continuará alta enquanto as negociações sobre o futuro das relações entre Reino Unido e o bloco europeu continuarem", disse Moscovici.
Os prognósticos sobre o crescimento do Reino Unido para 2016 aumentaram de 1,8% de maio para 1,9% no relatório divulgado nesta quarta. O crescimento do PIB britânico aumentaria um pouco em 2018, em torno de 1,2%, devido ao crescimento das exportações.
Taxa de desemprego deve cair na zona do euro
Entre as principais economias da zona do euro, as previsões de crescimento para a Espanha em 2016 registram o maior avanço, passando de 2,6% de maio para 3,2% atualmente. Para 2017, a previsão é de 2,3%, pouco abaixo da estimativa anterior de 2,5%.
O ministro espanhol da Economia, Luis de Guindos, defendeu nos últimos dias essa maior expansão do PIB para evitar uma suspensão de fundos europeus que Bruxelas avalia atualmente, pois o país registrou um déficit público excessivo em 2015. O Pacto de Estabilidade e Crescimento europeu prevê um limite de 3% do déficit.
A Espanha cumpriria a meta fixada pela Comissão em 2016 (4,6%) para corrigir gradualmente esse excesso, enquanto a estimativa de um déficit de 3,8% a transformaria no único país com uma taxa superior ao limite e acima da meta de 3,1%, fixada em 2017.
Portugal, que também enfrenta uma eventual suspensão de fundos europeus pela mesma razão, ficaria abaixo do limite de 3% desde 2016, com 2,7%.
A inflação deve subir na zona do euro de 0,3% em 2016, para 1,4% em 2017 e 2018.
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