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Menores desacompanhados de Calais começam a encontrar parentes em Londres

O primeiro grupo de menores desacompanhados que estavam refugiados no acampamento de Calais, no norte da França, chegaram em Londres nesta segunda-feira (17). Eles são 14 meninos, cujas idades e identidades não foram reveladas.

Chegada de um grupo de menores da "Selva de Calais" a Londres em 17 d eoutubro de 2016
Chegada de um grupo de menores da "Selva de Calais" a Londres em 17 d eoutubro de 2016 REUTERS/Peter Nicholls
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Catorze crianças e adolescentes foram transferidos de Calais para Londres no quadro do acordo de Dublin; esse texto especifica que menores sozinhos têm o direito de se unir a familiares instalados no Reino Unido.

A chegada do primeiro grupo, formado por refugiados da Síria e do Afeganistão, é considerada uma primeira vitória para as associações caritativas britânicas. Após as formalidades burocráticas junto às autoridades de Croydon, cidade da periferia de Londres, os meninos puderam encontrar suas famílias depois de meses e até anos de separação. Novos grupos devem ser transferidos nos próximos dias e a estimativa é que o país receba cada vez mais crianças.

Situação de menores de Calais exige urgência

Os voluntários da ONG britânica Citizens UK, apoiados pela Igreja anglicana, consideram que essa transferência é um pequeno começo, mas que é preciso mais esforço e rapidez por parte do governo. A correspondente da RFI em Londres, Muriel Delcroix, ouviu o antigo bispo de Canterbury, Rowan Williams, que estava presente quando o ônibus chegou a Croydon: "Estamos felizes em acolher essas crianças e também pelo fato do ministério do Interior ter começado a agir. Mas há urgência: o acampamento de Calais vai ser demolido e as autoridades devem se comprometer a organizar um procedimento legal para se ocupar dessas crianças", alertou o religioso durante uma coletiva de imprensa. Williams lembrou que três crianças já morreram tentando alcançar a Inglaterra.

Citizens UK e a Igreja também querem que Londres aplique a emenda Dubs, uma nova lei votada em março deste ano que permite a acolhida de crianças que têm parentes no Reino Unido, e também de  todos os menores sem companhia, mesmo que não tenham família no país, que estão em situação de perigo em Calais.

O ministério do Interior britânico confirmou as novas chegadas e informou que mais de 140 crianças e adolescentes tiveram seus pedidos aceitos, dos quais 80 vindos da França. "Os menores passam por uma primeira entrevista com o ministério do Interior que aprova, ou não, a transferência deles para junto de seus familiares", explicou George Gabriel, da ONG Citizens UK.

Atualmente há 1.291 menores sozinhos em Calais. Desse total, 500 dizem ter parentes na Grã-Bretanha, segundo a ONG France Terre d'Asile. Mais otimista, Citizens UK espera que a metade possa vir à Inglaterra e que os dois governos se responsabilizem por todos.

 

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