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Partido anti-imigrantes tem avanço inédito nas municipais de Berlim

Nas eleições municipais deste domingo (18), em Berlim, o AFD, partido contra os imigrantes, conseguiu um impulso inédito. A União Democrata Cristã (CDU,) formação da chanceler alemã Angela Merkel, somou 18% dos votos, um fracasso histórico. Os sociais-democratas recuaram mas mantêm o poder.

O candidato do AFD, Georg Pazderski (à dir.) e o co-líder Joerg Meuthen, celebram os resultados das municipais em Berlim em 18 de setembro de 2016.
O candidato do AFD, Georg Pazderski (à dir.) e o co-líder Joerg Meuthen, celebram os resultados das municipais em Berlim em 18 de setembro de 2016. REUTERS/Fabrizio Bensch
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Desde o fim da Segunda Guerra Mundial e da reunificação de Berlim, nos anos 90, o CDU não registrava uma derrota como essa, que deve causar a saída de Angela Merkel do governo da capital de 3,5 milhões de habitantes, dividido até então com os sociais-democratas. Este é o segundo revés eleitoral em duas semanas de eleições municipais para o partido de Merkel, a um ano das eleições legislativas.

Ascensão dos nacionalistas alemães

No início de setembro, o partido nacionalista AfD (sigla de Alternativa para a Alemanha) cresceu de maneira relevante no nordeste do país; apostou na insegurança causada pela política migratória de acolhida de refugiados  desde 2015, que chegou ao auge no ano passado com a entrada de quase um milhão de imigrantes. Assim, abocanhou uma parte do eleitorado dos partidos tradicionais - em primeiro lugar do CDU -que já não concordam com a política de abertura de Merkel, além do voto de protesto que se traduzia nas urnas pela abstenção. Nesse domingo, o AFD registrou entre 11,5% e 12,5% dos votos, segundo as pesquisas.

Com esta nova vitória, a AfD, partido novo que passou de um programa anti-europeu a um discurso anti-imigração, ingressará em um décimo parlamento regional, dos 16 que existem no país. O partido confirma que está conquistando a opinião pública, inclusive nas grandes metrópoles, e não só nas zonas esquecidas da ex-RDA. Seu resultado em Berlim é similar ao que tem em nível nacional em uma pesquisa publicada neste final de semana: 14%. Se não tropeçar, o AfD está em bom caminho para ingressar no ano que vem na Câmara dos Deputados, o que seria algo inédito para um partido da direita populista na história da Alemanha do pós-guerra.

Sociais-democratas continuam sendo primeira força

O Partido Social-Democrata (SPD) também perde terreno em Berlim em relação a 2011, mas de maneira mais limitada, conquistando 23% dos votos, o que deve permitir que o prefeito atual, Michael Muller, membro do partido, continue no cargo.

Apesar dessas eleições serem municipais, o avanço da extrema-direita no parlamento regional berlinense, assim como nos conselhos municipais de algumas localidades, reflete a mudança do cenário político na Berlim cosmopolita e até agora imune aos nacionalistas.

(Informações da AFP e RFI)

 

 

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