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Brexit/União Europeia

Líderes da UE debatem futuro do bloco sem o Reino Unido

Os 27 líderes da União Europeia (UE), reunidos em Bruxelas nesta quarta-feira (29), divulgaram diretrizes para o divórcio iminente de Londres, em particular a respeito do acesso ao mercado único. Esse foi o primeiro encontro em mais de 40 anos sem o Reino Unido.

O presidente francês, Fraçois Hollande, em Bruxelas.
O presidente francês, Fraçois Hollande, em Bruxelas. REUTERS/Pascal Rossignol
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“A situação é muito grave, mas acho que os 27 têm condições de gerar a crise”, disse a chanceler alemã, Angela Merkel. “Estamos determinados a continuarmos unidos para enfrentar os desafios”, acrescentou. Já o presidente francês, François Hollande, alerta que “o mais grave seria a situação ser explorada pelos populistas”.

Outros assuntos a respeito do futuro da UE foram adiados para a próxima cúpula, de meados de setembro, em Bratislava, capital da Eslováquia, país que assume a presidência rotativa do bloco nesta sexta-feira (1).

Usufruto de mercado único terá contrapartidas

Cinco dias após o plebiscito no qual 52% dos britânicos optaram pelo Brexit, a saída da União Europeia, os europeus alertaram que o Reino Unido não poderá conservar, sem contrapartidas, as vantagens do mercado único.

“Não vai haver mercado único à la carte”, resumiu o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, rejeitando qualquer pretensão de Londres de restringir a livre circulação de pessoas. Para manter o direito de comercializar em entraves com os vizinhos, essencial para a economia britânica, Londres vai ter que “aceitar as quatro liberdades” fundamentais do mercado único, “incluindo a liberdade de circulação”, explicou Tusk.

Os europeus não vão tolerar “nenhuma exceção” a essa regra, martelou o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. François Hollande acrescentou que Londres terá de “contribuir financeiramente” em troca de um acesso ao mercado europeu.

Europeus só negociam quando artigo 50 for ativado

O premiê britânico, David Cameron, declarou que a responsabilidade de iniciar o processo oficial de saída do Reino Unido da UE será de seu sucessor, que deverá ser escolhido no dia 9 de setembro.

Os 27 reafirmaram que não vão iniciar “nenhum tipo de negociação” enquanto Londres não ativar o artigo 50 do Tratado de Lisboa, que regulamenta a saída unilateral de um membro. Os europeus também pediram que isso seja feito “o mais rápido possível”.

Preocupados com o risco do contágio do Brexit a outros países, os europeus querem limitar a margem de manobras do próximo primeiro-ministro britânico nas negociações. O Partido Conservador iniciou nesta quarta-feira a campanha para encontrar um substituto para Cameron.

Brexit reaviva intenções independentistas da Escócia

As candidaturas estão abertas até quinta-feira (30), à tarde. O principal embate deverá ser entre o ex-prefeito de Londres Boris Johnson, que liderou a campanha do Brexit, contra a ministra do Interior Theresa May, eurocética que defendeu a permanência no bloco europeu.

O Brexit mergulhou o Reino Unido em uma crise política sem precedentes, reavivando o interesse independentista da Escócia, que votou majoritariamente contra a saída da Europa.

A primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, foi inclusive pessoalmente a Bruxelas para avaliar as chances de a Escócia permanecer na UE como entidade independente. A ideia é combatida de frente pelo chefe de governo espanhol, Mariano Rajoy, ameaçado por sua vez pelo forte movimento independentista da Catalunha.
 

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