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UE/Brexit

Massacre de Orlando entra na campanha do Brexit

O massacre de Orlando, que deixou 49 mortos e 53 feridos em uma boate gay no fim de semana, se tornou um argumento para grupos que defendem a saída do Reino Unido do bloco europeu. O tema foi usado para reforçar o discurso de medo do extremismo religioso usado pelos que reivindicam o Brexit.

Dez dias antes do referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia, o assunto ainda divide.
Dez dias antes do referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia, o assunto ainda divide. PHILIPPE HUGUEN / AFP
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Em uma mensagem postada na conta Twitter @LeaveEUOfficial, o grupo Leave.EU, que promove a saída do Reino Unido do bloco europeu escreveu: “O extremismo islamista é uma ameaça real para nosso modo de vida. Devemos agir agora, para não assistirmos em breve a atrocidades como as que vimos em Orlando”.

Em outra mensagem, o grupo disse que “a livre circulação de metralhadoras Kalachnikov na Europa ajuda os terroristas. Votemos por mais segurança em 23 de junho”. O tweet foi retirado do ar uma hora mais tarde.

A organização "Vote Leave", que faz a campanha oficial para a retirada do Reino Unido da UE e que vinha se afastando do grupo Leave.EU, declarou que não tem nenhuma ligação com a conta Twitter, onde a mensagem foi publicada.

Para o ex-prefeito de Londres Boris Johnson, que defende a saída dos britânicos do bloco, esse tipo de comparação não corresponde a seu discurso e “é muito importante” não tentar aproveitar o massacre de Orlando para fins políticos. Já Hilary Benn, porta-voz dos trabalhistas, considerou o Tweet algo “vergonhoso e covarde”.

Para chefe do Conselho Europeu, Brexit pode acabar com civilização ocidental

Em uma entrevista publicada nesta segunda-feira (13) no jornal alemão Bild, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, defendeu a permanência dos britânicos na União Europeia. “Seria economicamente um revés para a Grã-Bretanha, e também, do ponto de vista geopolítico. Por que é tão perigoso? Como historiador, temo que o Brexit possa marcar não apenas o início da destruição da UE, como também da civilização ocidental", declarou Tusk. No entanto, ele se mostrou convicto de que, apesar de o preço ser muito elevado, a União Europeia pode sobreviver caso os britânicos escolham deixar o bloco por meio do referendo de 23 de junho.

Ex-premiê defende a permanência do Reino Unido na EU

O ex-primeiro-ministro britânico Gordon Brown, que entrou em cena no referendo de independência da Escócia em 2014 e foi então considerado decisivo para a vitória do "Não", assumiu a liderança da campanha trabalhista para manter o Reino Unido na União Europeia (UE). "Queremos demonstrar, e os líderes europeus com os quais converso desejam que assim seja, que o Reino Unido pode liderar a Europa", disse Brown à imprensa britânica, a apenas dez dias do referendo, em um momento no qual as pesquisas apontam uma vantagem do Brexit.

A campanha era até o momento uma batalha entre conservadores, liderados de um lado pelo primeiro-ministro David Cameron, defensor da permanência, e pelo ex-prefeito de Londres Boris Johnson, partidário da saída, no outro campo. Mas a passividade do líder trabalhista Jeremy Corbyn provocou preocupação e resultou na presença de Brown, assim como quando protagonizou a campanha no referendo de independência da Escócia em 2014, defendendo a permanência dos escoceses no Reino Unido.

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