Grécia desocupa campo de refugiados que simboliza drama dos migrantes
Centenas de policiais gregos iniciaram nesta terça-feira (24) a operação para retirar 8.400 migrantes que estavam há mais de três meses em Idomeni, um campo de refugiados na fronteira com a Macedônia, que simboliza a tensão migratória na Europa.
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A operação mobilizou 700 policiais, que contaram com o apoio de helicópteros. As barreiras policiais impediram a aproximação dos jornalistas no campo. Os repórteres ficaram a três quilômetros do local.
A operação começou às sete horas da manhã (1h no horário de Brasília) e "acontece em ritmo lento e de maneira calma. Não é necessário o uso da força", disse Giorgos Kyritsis, porta-voz do serviço de coordenação da crise migratória. A retirada pode demorar uma semana, de acordo com o funcionário.
Na primeira hora da operação, 340 migrantes deixaram o campo em seis ônibus, com destino a centros de abrigo na região de Tessalônica, norte da Grécia, informa um comunicado oficial. Uma fonte policial destacou que os agentes seguiram de barraca em barraca para estimular os refugiados e imigrantes, incluindo muitas famílias com crianças, a aceitar a transferência para os abrigos.
De centro de ajuda a símbolo do caos
Idomeni se transformou no símbolo do sofrimento de centenas de milhares de pessoas em fuga das guerras, perseguições e da miséria dos países do Oriente Médio, Ásia e África, na crise migratória de maior gravidade registrada na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial. O local foi aberto no ano passado por grupos de ajuda humanitária para receber, no máximo, 2.500 pessoas em sua viagem para outros países da Europa.
Mas o campo chegou a abrigar mais de 12 mil pessoas - principalmente sírios, iraquianos, iranianos e pessoas procedentes do norte da África, depois que os países dos Bálcãs fecharam suas fronteiras em fevereiro, com o objetivo de frear o fluxo intenso de migrantes por seus territórios.
A retirada acontece após um inverno marcado por fortes chuvas, que transformaram o local em um lamaçal, e de várias tentativas de forçar a passagem pela fronteira, o que provocou muitos confrontos com a polícia da Macedônia. As organizações humanitárias denunciaram as deploráveis condições sanitárias e de segurança do local.
A operação de retirada começou a ser preparada na segunda-feira (23), com a chegada dos policiais. Os agentes reforçaram os controles nas imediações e proibiram a entrada de novos grupos de migrantes.
Nas últimas duas semanas, 2,5 mil pessoas aceitaram abandonar Idomeni e quase 800 seguiram o fizeram no domingo e segunda-feira, quando circulavam rumores sobre a iminência da operação de retirada, informou a polícia. A onda migratória também provocou momentos de tensão com os agricultores gregos e problemas no tráfego ferroviário para o norte da Europa, após bloqueios nas vias organizados pelos migrantes durante atos de protesto.
(Com informaçoes da AFP)
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