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Linha Direta

Sem conseguir formar governo, Espanha vive caos político

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Mais de dois meses depois das eleições gerais, a Espanha segue sem conseguir formar um governo. Nesta sexta-feira (4), o Parlamento do país vota pela segunda vez a posse do líder socialista, Pedro Sánchez, indicado pelo rei, mas a expectativa é de que a maioria dos deputados rejeite esse novo governo.

Pedro Sánchez, líder do Partido Socialista espanhol (PSOE), pode ter a posse rejeitada pela segunda vez nesta sexta-feira (4).
Pedro Sánchez, líder do Partido Socialista espanhol (PSOE), pode ter a posse rejeitada pela segunda vez nesta sexta-feira (4). Andrea Comas/Reuters
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Luisa Belchior, correspondente da RFI em Madri

O Partido Socialista espanhol (PSOE) ainda não conseguiu os apoios necessários para formar uma maioria no Parlamento. Sem isso, não há possibilidade de governo, porque, mesmo que seja empossado, o líder do partido, Pedro Sánchez, não conseguiria aprovar reformas e leis orgânicas ao longo de uma futura gestão. 

Nesta semana, os deputados já rejeitaram, em maioria, a posse de Sánchez, e na noite desta sexta-feira haverá uma segunda votação, mas a maioria dos partidos já declararam que votarão novamente pelo “não” à posse do líder socialista.

Cenário político confuso

Os conservadores do Partido Popular (PP), do atual chefe de governo, Mariano Rajoy, foram os mais votados nas eleições de dezembro, mas sem conseguir maioria ou apoio político para formar um governo.

Depois de um mês, o rei da Espanha interveio e nomeou o líder dos socialistas para liderar um novo governo, por ter sido a segunda sigla mais votada e ter mais possibilidades de pactos. Mesmo assim, o PSOE ainda não conseguiu firmar um acordo, sobretudo porque não conseguiram fechar um compromisso com o Podemos, o partido de extrema-esquerda espanhol que foi a terceira força mais votada. 

Novos partidos se tornaram protagonistas da crise

Pela primeira vez na história democrática da Espanha, os partidos conservador e socialista não tiveram a maioria dos votos. Eles ficaram bem próximos dos terceiro e quarto colocados, o Podemos e o Cidadãos, um partido de centro-direita jovem e identificado com a nova linguagem que o Podemos também propõe.

Na semana passada, o Cidadãos anunciou um pacto com os socialistas, o que daria margem para um governo histórico de esquerda e direita. Mas, ainda assim, esse apoio não garante maioria no Parlamento. Os partidos minoritários negaram apoio a esse novo governo, e o Podemos, peça chave nesse jogo, não aceita um pacto com um partido de centro-direita. 

Impacto para a economia da Espanha

Caso a posse de Pedro Sánchez seja novamente rejeitada na noite desta sexta-feira, o presidente do Congresso espanhol deve convocar um novo debate e votação. Nesse meio tempo, o líder socialista Pedro Sánchez voltará a tentar costurar acordos. Caso isso não seja possível, o rei pode convocar novas eleições, em junho.

Enquanto isso, Mariano Rajoy segue à frente de um governo interino que não pode votar uma série de reformas, e claro que isso vai influenciar na economia. Os impactos já são vistos no mercado, que mostra desconfiança com a Espanha, um país com uma das expectativas de crescimento mais altas da zona do euro. 

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