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Linha Direta

Dinamarca prolonga controle de fronteira com a Alemanha

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O governo dinamarquês vai prolongar até 23 de fevereiro o controle da fronteira com a Alemanha para tentar diminuir a entrada de migrantes no país. A medida foi anunciada nesta terça-feira (2) pela ministra da Integração da Dinamarca, Inger Stojberg, depois de uma reunião com o ministro da Migração da Suécia, Morgan Johansson.

Os controles nas fornteiras dos países do espaço Schengen são cada vez mais frequentes.
Os controles nas fornteiras dos países do espaço Schengen são cada vez mais frequentes. REUTERS/Vincent Kessler
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Margareth Marmori, correspondente em Copenhague

A Dinamarca está conseguindo diminuir o fluxo de refugiados no país com o controle nas fronteiras. Dados oficiais indicam que o controle das fronteiras está dando resultado. Em dezembro passado, 2.700 pessoas procuraram asilo na Dinamarca e, em janeiro, esse número caiu para 1.400. Mas é preciso interpretar esses números com cautela, porque o fluxo de refugiados é sempre menor nos meses de inverno e pode ser que volte a crescer na primavera.

A fiscalização na fronteira com a Alemanha começou no último dia 4 de janeiro e já foi prolongada duas vezes para controlar a entrada de refugiados que tentavam atravessar o país rumo à Suécia e outros países escandinavos. A decisão aconteceu depois que a Suécia decidiu controlar os documentos de todos os passageiros que atravessam a ponte Oresund, vindos da Dinamarca. O governo dinamarquês temia que milhares de refugiados, impedidos de seguir viagem, ficassem retidos no país.

Em carta ao comissário da Imigração europeu, Dimitris Avramopoulos, a ministra da Integração dinamarquesa explicou que, se a situação não mudar, o governo vai estender novamente o controle nas fronteiras. Na carta, Stojberg argumenta que um grande número de imigrantes ilegais representa uma ameaça à segurança interna do país.

Distribuição desigual dos refugiados irrita a Suécia

Ontem, depois de se reunir com a ministra dinamarquesa, o ministro de Migração da Suécia, Morgan Johansson, explicou que os refugiados se distribuem de forma muito desigual pela Europa. Aos jornalistas, ele lembrou que, só nos últimos quatro meses do ano passado, a Suécia recebeu mais de cem mil refugiados.

Segundo o ministro sueco, no continente europeu, com 500 milhões de habitantes, não deveria ser um problema receber um milhão de refugiados se eles fossem distribuídos de forma mais equilibrada. Ele defendeu que a Europa como um todo assuma uma responsabilidade maior na solução da crise migratória atual e não deixe para alguns poucos países, como a Suécia, a Alemanha e a Áustria, o ônus de arcar com uma carga grande demais na distribuição dos refugiados.

Suécia e Dinamarca superam estremecimento diplomático

As relações entre a Suécia e a Dinamarca ficaram estremecidas em setembro do ano passado quando o governo dinamarquês liberou a passagem dos refugiados em direção ao pais vizinho. Mas ontem, o ministro sueco chegou a agradecer ao governo dinamarquês pela ajuda no controle de passaportes entre os dois países.

A Suécia, que tem cerca de 9 milhões de habitantes, recebeu mais de 160 mil pedidos de asilo no ano passado. Em relação à sua população, foi o país europeu que mais recebeu pessoas em busca de asilo em 2015.

Já a Dinamarca, que tem cerca de 5 milhões de habitantes, recebeu 21 mil pedidos de asilo em 2015 e estima que receberá mais 25 mil refugiados este ano. O país está sendo duramente criticado por causa de mudanças recentes que fez na legislação sobre imigração para tornar o país menos atraente para os imigrantes. Entre essas mudanças está o confisco de bens de refugiados e a redução em 10% da ajuda financeira paga aos migrantes que aguardam resposta a seu pedido de asilo.

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