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Suíça/Davos

Argentina volta a participar do Fórum Econômico de Davos depois de 12 anos

Começa nesta quarta-feira (20) o Fórum Econômico de Davos, na Suíça, que terá a participação da Argentina, depois de mais de uma década de ausência. Objetivo, segundo o jornal argentino El Clarín, seria negociar a entrada do país na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico)

O presidente argentino Maurício Macri vai negociar a entrada do país na OCDE
O presidente argentino Maurício Macri vai negociar a entrada do país na OCDE Foto: Reuters.
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Márcio Resende, correspondente em Buenos Aires

A Argentina quer roubar a cena em Davos e anunciar sua volta ao mundo dos negócios. O presidente argentino, Maurício Macri desembarca nesta quarta-feira (20) em Davos, na Suíça, para tentar recolocar a Argentina no radar dos investidores. O presidente argentino quer brilhar em Davos e vai vender a imagem de uma Argentina que agora é confiável, sem barreiras comerciais, sem restrições cambiais e sem protecionismos.

Uma nova Argentina pró-mercado e ansiosa por urgentes investimentos que permitam ao país retomar o crescimento. O mundo dos negócios tem interesse: a agenda do presidente Macri está lotada com dezenas de empresários, banqueiros e líderes políticos. Foram mais de 30 pedidos de CEOs, presidentes e chefes de Estado. Segundo o jornal El Clarín, o governo argentino também pretende dar início às negociações para a entrada da Argentina na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

Os líderes mundiais querem precisões políticas do presidente e econômicas do seu ministro da Fazenda, Alfonso Prat-Gay. Antes de partir, ele confirmou aos jornalistas estrangeiros que terá uma reunião com o seu colega brasileiro, Nelson Barbosa, e que lamenta não poder contar com a força da economia brasileira.

“Vamos a Davos basicamente para dizer que existimos”, afirmou Prat-Gay. “Em Davos, vou ter uma reunião com o novo ministro da Fazenda e vamos discutir algumas questões sobre o que acontece na região. Claro que para a Argentina seria muito mais favorável que tivéssemos um vizinho como o Brasil crescendo fortemente e não em recessão”, admitiu.

O governo argentino não quer perder a chance de apresentar-se aos investidores internacionais como uma alternativa num momento em que as principais economias sul-americanas enfrentam uma crise.
“Este é um momento propício para a Argentina, pela esperança que a mudança de governo gerou no exterior e porque o resto da região atravessa dificuldades econômicas. Vai ser uma boa vitrine”, aposta Prat-Gay.

Taxa de risco-país da Argentina será menor que a do Brasil

Com 40 dias de governo, o novo presidente argentino, Mauricio Macri, conseguiu promover um choque de confiança na economia. A tal ponto que, desde a virada do ano, a taxa de risco-país da Argentina passou a ser menor do que a do Brasil. Nesta terça-feira, por exemplo, a taxa de risco argentina fechou em 501 pontos-básicos enquanto a do Brasil manteve acima com 533 pontos. A da Venezuela, por exemplo, está em 3.540 pontos.

Enquanto o Brasil perdeu o grau de investimento, a Argentina continua em default por impasse judicial. A economia argentina está muito pior do que a brasileira, mas, ao contrário do Brasil, os mercados entendem que Macri já corrigiu o rumo e mudou a expectativa.

Na semana que vem, a Argentina fará uma proposta aos credores que não aderiram às reestruturações da dívida pública e que mantém o país em default. A resolução desse litígio é considerada o último obstáculo para o capital migrar à Argentina em forma de crédito.

 

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