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Linha Direta

Mulheres de Colônia protestam contra agressões sexuais

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Centenas de mulheres se manifestaram neste domingo (17) em frente à catedral da cidade alemã de Colônia, local próximo à estação central, onde foram cometidas as agressões sexuais da noite de Ano Novo. O protesto foi contra a violência sexual, pelo direito de sair tranquilamente à rua, mas também em defesa dos imigrantes que chegaram nos últimos meses ao país.

Manifestantes sírios protestam em frente estação ferroviária de Colônia.
Manifestantes sírios protestam em frente estação ferroviária de Colônia. REUTERS/Wolfgang Rattay
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Achim Lippold, enviado especial da RFI à Colônia

As manifestantes deixaram claro que não querem ser instrumentalizadas para a criação de uma política migratória mais dura, que é uma reivindicação forte dos políticos conservadores alemães.

No sábado, dezenas de imigrantes, principalmente jovens da Síria, também se manifestaram em frente à estação central, pedindo desculpas pelo episódio do Ano Novo, argumentando que nem todos os estrangeiros são agressores. Refugiados da Síria e Afeganistão ofereceram rosas às mulheres que passavam pelo local.

As investigações avançam lentamente. O procurador-geral encarregado diz que a identificação dos indivíduos é bastante difícil. Por enquanto, apenas 13 pessoas foram identificadas, em sua maioria argelinos e marroquinos. Alguns são requerentes de asilo, outros imigrantes ilegais.

Foram abertos inquéritos por roubo, mas não por agressão sexual, devido à dificuldade em se obter provas deste tipo de crime. Os produtos do roubo foram encontrados sem dificuldade – diversos telefones celulares nos alojamentos de imigrantes. A polícia tem 300 horas de gravações em vídeo que agora deverão ser explorados.

Debate político

Existem dois debates em curso no país. Primeiro, o que fazer com os imigrantes que continuam a chegar. O partido da chanceler Angela Merkel quer uma política mais restritiva – conta com apoio de 60% da população, de acordo com uma pesquisa de opinião. O segundo debate é o que fazer com refugiados que cometem crimes. Berlim já anunciou que vai facilitar a expulsão dos estrangeiros condenados. Uma pena de um ano já será o suficiente para provocar a expulsão do imigrante.

Mas existem dois problemas: não é permitido expulsar o refugiado quando ele é ameaçado de morte em seu país. Além disso, nações como a Argélia não permitem a entrada de cidadãos sem documentos. Então acabou virando método: para evitar a expulsão, os argelinos que entraram clandestinamente na Alemanha jogam fora seus documentos, pois sabem que, se expulsos, a Argélia não vai aceitá-los.

A pressão sobre Merkel é muito forte. Por enquanto, ela não muda os rumos gerais de sua política migratória, mas a questão é saber por quanto tempo a chanceler consegue sustentar essa posição.

Carnaval

A imprensa local descreve uma cidade traumatizada. Muitas pessoas dizem ter medo de sair à rua. Não apenas mulheres, mas também imigrantes. Há uma semana, seis paquistaneses e um sírio foram violentamente agredidos por militantes de extrema-direita.

Por outro lado, a cidade está se preparando para o carnaval, que é uma festa muito importante em Colônia, que para durante uma semana. A polícia terá um dispositivo de segurança especial, com apoio federal. Todo os policiais receberam ordens de não tirar férias durante o Carnaval.

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