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Acordo vai permitir Catalunha ter novo presidente independentista

Após um acordo de última hora, os independentistas da Catalunha vão designar neste domingo (10) um novo presidente para a região, três meses e meio após as eleições. O maior desafio de Carles Puigdemont, de 53 anos, será conduzir o processo de independência da Espanha em um prazo de um ano e meio.

Artur Mas (à esq) e Carles Puigdemont (à dir.), que deverá assumir a presidência da região catalã neste domingo 10.01.16.
Artur Mas (à esq) e Carles Puigdemont (à dir.), que deverá assumir a presidência da região catalã neste domingo 10.01.16. AFP PHOTO / LLUIS GENE
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O acordo foi possível após o presidente catalão, Artus Mas, ceder às pressões de seus adversários e desistir de se manter no cargo. A retirada de sua candidatura para a presidência da Catalunha permitiu a formação de uma grande coalizão de governo, reunindo conservadores até a esquerda anticapitalista, que vão aproveitar de uma maioria absoluta no parlamento regional para proclamar dentro de um ano e meio a independência da Catalunha.

Na noite deste domingo, deputados irão confirmar Carles Puigdemont para suceder a Mas, segundo o compromisso firmado entre os diferentes partidos independentistas. Jornalista de língua catalã, Puigdemont é do mesmo partido de Mas e prefeito de Girona, a 100 km ao norte de Barcelona.

"Temos um projeto em curso, sólido e que vai na boa direção", escreveu em sua conta Twitter, após o acordo. A lei estabelece um prazo até à meia-noite deste domingo para os parlamentares catalães definirem um novo governo regional.

Após terem conseguido convencer Artur Mas de renunciar a uma candidatura muito controversa, os independentistas querem levar adiante o programa que eles prometeram aplicar após a conquista da maioria absoluta no parlamento regional. Nas eleições de setembro, as diversas formações que defendem a separação da Espanha conquistaram maioria absoluta com 72 cadeiras de um total de 135 no parlamento regional.

Em novembro, eles adotaram uma resolução proclamando o início do processo de secessão e de insubordinação às instituições do estado espanhol. No entanto, o plano falhou devido à falta de acordo entre os 62 deputados da coalizão "Junts pel si" (Juntos pelo sim), formada por Artur Mas, e outros 10 deputados anticapitalistas da Candidatura de União Popular (CUP).

O partido de extrema-esquerda se recusou a reconduzir Mas à chefia da região, acusando o líder de ter aplicado durante quatro anos uma política de austeridade, além de enfrentar denúncias de corrupção de sua legenda.

Dificuldades para formação do governo espanhol

Enquanto os independentistas da Catalunha, região mais rica do país, unem forças, os conservadores do PP, partido do primeiro-ministro Mariano Rajoy, encontra dificuldades para convencer adversários a formar uma coalizão estável para governar.

As eleições legislativas de 20 de dezembro tiraram a maioria absoluta do PP no parlamento, que se encontra fragmentado com a emergência de novas forças políticas no país.

Diante da ambição dos independentistas da Catalunha de avançar seu plano de se separar da Espanha, o premiê Rajoy insistiu neste sábado (9) na necessidade do próximo governo espanhol contar com uma ampla base parlamentar para "garantir a estabilidade e a capacidade de enfrentar o desafio independentista".

Rajoy espera concluir um acordo com os socialistas do PSOE, segunda força política da Espanha, e com o partido liberal Cidadãos, que são contra a independência da Catalunha. Por enquanto, o PSOE tenta uma aliança com o partido da esquerda radical PODEMOS, além de partidos nacionalistas da Catalunha e do País Basco.
 

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