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Revelações inéditas sobre atentados de Paris indicam novos ataques

A imprensa francesa revela nesta segunda-feira (28) extrema preocupação com a ameaça de novos atentados terroristas na Europa nos últimos dias do ano. Em sua manchete, o jornal Le Figaro anuncia informações inéditas sobre as investigações dos atentados de 13 de novembro em Paris. Já o diário Aujourd'hui publica trechos de conversas da mulher de um dos terroristas do Bataclan, o ex-motorista de ônibus Samy Amimour, enterrado em sigilo quinta-feira (24) na região parisiense.

Capa do jornal Le Figaro desta segunda-feira, 28 de dezembro de 2015.
Capa do jornal Le Figaro desta segunda-feira, 28 de dezembro de 2015.
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Aujourd'hui en France revela que a polícia interceptou uma série de mensagens enviadas por email pela esposa de Samy a uma amiga, três dias depois dos ataques. A jovem de 18 anos, de nacionalidade francesa e identificada como Kahina, afirma ter ficado "feliz" com os atentados que deixaram 130 mortos e centenas de feridos. Kahina declara ter sentido "orgulho" do marido e conta que estimulou Samy a atacar a França, "um país com tanto sangue nas mãos". A estudante fugiu da França para a Síria no ano passado, quando ainda era menor. Inicialmente, ela morou em Raqqa e depois mudou-se para Mossul, no Iraque.

Considerada boa aluna na escola, Kahina tem o perfil típico de outras adolescentes aliciadas pelo grupo Estado Islâmico (EI). Em suas mensagens, ela descreve a "bela vida" que desfruta no Iraque às custas do EI: "tenho um apartamento mobiliado, com cozinha equipada, três quartos e dois banheiros". Na conversa com uma conhecida, ela adere à propaganda do grupo jihadista dizendo que os franceses continuarão sendo alvo de atentados enquanto continuarem a "ofender o Islã e os muçulmanos". "Não só os policiais e judeus, todo mundo", enfatiza Kahina. Segundo o Aujourd'hui en France, recentemente ela teria tido um filho.

O marido morto, Samy, de 28 anos, foi um dos homens-bomba a atacar a sala de espetáculos Bataclan, onde morreram 90 das 130 vítimas da série de atentados reivindicados pelo EI. Ex-motorista de ônibus da companhia metropolitana de Paris RATP, Samy se engajou na Síria como combatente do EI em 2013. Um ano depois, ele convenceu a jovem estudante a abandonar a família e se casar com ele. Poucas semanas antes dos atentados, Kahina escrevia à amiga que a França iria saber rapidamente o que significava "ter uma guerra em casa".

400 tiros disparados contra cafés e restaurantes

Segundo o Le Figaro, os terroristas que tentaram entrar no estádio de futebol Stade de France, no amistoso entre França e Alemanha, fizeram ao menos quatro tentativas frustradas em diferentes portões do estádio. Em todas as ocasiões, os kamikazes recuaram diante dos seguranças, que revistavam os espectadores.

Outra informação exclusiva obtida pelo Le Figaro demonstra a determinação dos terroristas e como eles estavam fortemente armados. Os dois grupos que atacaram os clientes que estavam em cafés e restaurantes do centro da capital dispararam 400 tiros em apenas 20 minutos. Nos arredores dos locais atingidos, peritos encontraram 116 carregadores de fuzis do tipo Kalachnikov.

País aliado adverte sobre planos terroristas

Le Figaro informa ainda que um país aliado advertiu os europeus sobre novos atentados iminentes na Europa. O governo da Áustria divulgou uma nota de advertência no sábado (26). Terroristas estariam planejando ataques simultâneos a bomba e a mão armada, entre o Natal e o Ano Novo, em locais de movimento nas principais capitais europeias.

Haveria entre os dirigentes do EI uma verdadeira obsessão por ataques coordenados e simultâneos em capitais europeias. A informação foi transmitida a autoridades da Alemanha por um jihadista arrependido, de origem africana, que aparece em vários filmes de propaganda do grupo ultrarradical islâmico. As revelações desse homem, chamado Harry Sarfo, são consideradas plausíveis, afirma o Aujourd'hui en France, com base em revelações feitas na Alemanha pela revista semanal Der Spiegel. O ex-jihadista contou aos policiais alemães que a principal preocupação do EI é recrutar combatentes dispostos a cometer atentados na Europa.

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