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Linha Direta

Partidos novos representam desafio político na Espanha

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As eleições legislativas deste domingo mudaram o cenário politico na Espanha e trouxeram incertezas sobre a estabilidade do futuro governo a ser formado pelo primeiro-ministro Mariano Rajoy. Seu partido, o conservador PP, venceu, mas, assim como os socialistas, perdeu muitas cadeiras para as duas novas siglas que entraram com força no parlamento: o Podemos, de extrema-esquerda, e o Cidadãos, de centro direita.

Parlamento fragmentado: Podemos e Cidadãos terminam com a hegêmonia do PP e PSOE.
Parlamento fragmentado: Podemos e Cidadãos terminam com a hegêmonia do PP e PSOE.
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A vitória do Partido Popular foi clara, continua sendo o maior partido do país ao obter 123 cadeiras no parlamento. Mas em relação às eleições passadas, de 2011, foi o que mais perdeu assentos: 63. Sem maioria absoluta, vai precisar de apoio. Mas com quem? Ainda não dá para saber. Mariano Rajoy disse que, como vencedor incontestável das urnas, vai tentar formar um governo estável, de credibilidade. Para isso, será preciso chegar a entendimentos e acordos. Mas ele admitiu que a tarefa não será nada fácil. Já o partido socialista, PSOE, teve seu pior resultado eleitoral: elegeu 90 deputados, mas perdeu 20 em relação à última votação. Segue, contudo, como a maior força de esquerda e o principal partido de oposição. Para seu líder, Pedro Sánchez, os resultados mostram que os espanhóis querem um governo de esquerda, mas o PP, como vencedor do pleito, deve governar. Ele disse que essas eleições abriram uma nova era política, de diálogo entre partidos, e o PSOE está disposto a se renovar e negociar para fazer acordos. De tradicional adversário, o Partido Socialista pode ser a garantia da estabilidade de um governo de direita.

Podemos e Cidadãos, as novas forças políticas

O Podemos, que lidera uma coalizão de legendas de extrema-esquerda, se tornou a terceira maior força política na Espanha e vai entrar no parlamento com 69 deputados, um resultado inimaginável para um partido criado a menos de dois anos. O líder, Pablo Iglesias, disse que os espanhóis acabaram com o velho sistema, de dois partidos hegemônicos. E indicou que vai lutar por uma reforma constitucional. Já o partido Cidadãos, de centro-direita, teve um resultado menos espetacular, mas honroso, com 40 cadeiras. O candidato Albert Rivera também disse que a Espanha entrou numa nova etapa política, que coloca seu partido no centro do espectro político, com força suficiente para garantir uma maioria que governe o país com estabilidade. Mas, deve impor muitas condições, como um grande pacto nacional pela educação, por exemplo.

Dificuldades para a formação de governo

Nestas eleições os dois grandes partidos, o Socialista e o PP, perderam juntos 73 cadeiras no parlamento, que foram parar em legendas com programas e ideologias muito distintos. O que acontece na Espanha não chega a ser uma revolução, mas uma mudança considerável. Não faz parte da cultura política os dois grandes partidos fazerem alianças. E para muitos analistas, a aritmética política não fecha. O PP aliado aos Cidadãos chegaria a 163 cadeiras, menos do que a maioria absoluta. As duas grandes formações de esquerda, PSOE e Podemos, somam 159, ainda que ninguém imagine uma aliança entre eles. Com esse resultado, ninguém tem dúvidas que os espanhóis vão ter que aprender a conviver com as minorias no parlamento.

Mobilização dos eleitores

A taxa de participação foi de 73%, um índice considerado muito alto. Foi uma demonstração também de que as novas lideranças políticas, como Pablo Ilgesias de 37 anos e Albert Rivera de 36, souberam captar votos de muitos jovens que voltaram a se interessar por política.

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