Acessar o conteúdo principal
Espanha/Política

Futuro governo da Espanha dependerá de pactos políticos

Diante das eleições legislativas mais tensas e indecisas da história do país, os jornais espanhóis deste domingo (20) trazem análises e projeções sobre o panorama político totalmente modificado com a entrada no parlamento de dois novos partidos: Podemos e Cidadãos. Com quatro líderanças disputando o cargo de primeiro-ministro, a estabilidade do futuro governo vai depender dos pactos políticos, estima a imprensa.

Eleitores depositam votos nas urnas.
Eleitores depositam votos nas urnas. Foto: Reuters
Publicidade

Para o El Pais, os espanhóis vão hoje definir o perfil de uma nova era política no país. Em editorial, o jornal prevê que depois da votação, as negociações para o futuro governo serão longas e difíceis. As urnas reservam um suspense sobre a possibilidade de um partido obter uma vitória clara, com maioria suficiente para governar, e também o papel das novas opções políticas que terão uma representação importante no parlamento.

Segundo o jornal, será legítimo que outros partidos estudem coligações. Parlamentos de outros países na Europa demonstram que não necessariamente o partido mais votado governa, mas o que consegue reunir maioria confortável para dirigir.

El Pais lembra que nunca antes na histórica democrática da Espanha quatro partidos disputam o espaço de poder. "As duas casas do parlamento serão mais fragmentadas que as anteriores e essas eleições promoverão uma mudança da cultura política espanhola", diz o texto.

No entanto, o jornal madrilenho lamenta que os eleitores compareçam hoje às urnas sem conhecer a política de pactos dos partidos, o que poderia ajudá-los na hora de escolher o voto.

A única informação clara é de que o PSOE não irá coligar com os conservadores do PP, diz. "Além dos votos recolhidos nas eleições, tudo vai depender da habilidade e da postura dos protagonistas políticos para negociar", estima.


Suspensa e tensão

ABC afirma em sua manchete que chegou a hora do “voto responsável" na 12ª vez que os eleitores votam nas eleições gerais deste a restauração da democracia. A concorrência dos partidos Cidadãos e Podemos garante uma noite eleitoral tensa e com resultados imprevisíveis na análise do jornal.

Em editorial, ABC lembra que a votação é resultado de uma consolidação da democracia instalada desde 1977, que garante ao povo a escolha de seus representantes e o destino do governo. O jornal critica parte da esquerda espanhola que considera caduca a atual constituição do país. Sem citar nomes, ABC faz clara referência ao partido Podemos, que durante a campanha anunciou disposição de fazer mudanças constitucionais.

Segundo o texto, as conquistas democráticas garantem a liberdade política de não estar de acordo com com as leis, e fazer o possível, pacífica e legalmente, para mudá-las, mas nada justificaria negar a evidência de que os que querem mudá-las "estão equivocados".

Para La Vanguardia essas eleições são as mais incertas do país e creditam ao desgaste do bipartidarismo PSOE-PP o impulso dos partidos emergentes Podemos e Cidadãos.Em editorial, o jornal catalão considera necessário lembrar que as eleições vão definir a composição do novo parlamento espanhol, que criará as condições para escolher o novo chefe de governo.

La Vanguardia justifica essa lembrança pela campanha centralizada nos líderes políticos das quatro legendas que criaram um panorama político novo no país. Por isso, segundo o editorial, na nova etapa política do país o diálogo e as habilidades para selar pactos serão fundamentais.

La Vanguardia lembra que o período atormentado do mandato de Rajoy, com medidas de ajuste na economia que representaram em cortes de benefícios sociais e aumento da pobreza, além dos casos de corrupção, levaram a um profundo desejo de renovação e mudanças.

A expectativa do jornal é de que o novo governo que saia das urnas tenha uma visão europeísta, uma política econômica responsável e respeito pela autonomia das regiões espanholas.

Amanhã “diferente”

El Mundo diz que os espanhóis vão mostrar hoje a dimensão das mudanças que esperam para o país. O jornal, que lembra sua linha editorial independente e não defende nenhum candidato, sugere, no entanto, que a economia espanhola estaria melhor “nas mãos dos conservadores do PP do que nas receitas populistas do Podemos”.

El Mundo considera que o bipartidarismo do PP e PSOE, ao ignorar a renovação do sistema politico, criou um vazio que foi ocupado pelos novos partidos e seus líderes midiáticos. “O resultado é que a partir de amanhã a política espanhola será diferente", conclui
 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.