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Vaticano/Escândalo

Vaticano indicia cinco acusados de envolvimento no Vatileaks

O Vaticano anunciou neste sábado (21) o indiciamento de cinco pessoas acusadas de "associação criminosa" no "Vatileaks 2", nome dado ao escândalo de divulgação de documentos confidenciais sobre supostos desvios de dinheiro dentro da Igreja Católica. Eles devem ser ouvidos ainda este mês.

Com o escândalo do "Vatileaks 2", a Santa Sé abre pela primeira vez um processo contra jornalistas.
Com o escândalo do "Vatileaks 2", a Santa Sé abre pela primeira vez um processo contra jornalistas. REUTERS/Alessandro Bianchi/Files
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A Justiça do Vaticano notificou na sexta-feira (20) os acusados sobre o crime de "divulgação ilegal de informações e documentos confidenciais", indica um comunicado da Santa Sé, segundo o qual eles foram convocados para uma audiência preliminar prevista para 24 de novembro. O padre espanhol Lucio Ángel Vallejo Balda, próximo ao Opus Dei, e a consultora italiana Francesca Immacolata Chaouqui foram detidos este mês com dois jornalistas italianos, Gianluigi Nuzzi e Emiliano Fittipaldi, a quem supostamente revelaram documentos confidenciais.

Vallejo Balda, que continua detido no Vaticano, e Francesca, libertada após concordar em colaborar com a Justiça, faziam parte de uma comissão encarregada, em 2013, de fazer propostas de reformas das finanças do Vaticano para o Papa Francisco. Já a quinta pessoa, Nicola Maio, é colaborador do padre espanhol.

O escândalo, que ficou conhecido como "Vatileaks 2", começou este mês, com a publicação de "Avarizia", livro de Fittipaldi, e "Via Crúcis", de Nuzzi. As obras afirmam que doações foram usadas para pagar a reforma de residências de poderosos cardeais, e que o Banco do Vaticano continuava gerenciando contas suspeitas.

Os livros citam e-mails, atas de reuniões, conversas privadas gravadas e notas que mostram o excesso de burocracia, má gestão e esbanjamento. As publicações também revelam a forte oposição interna gerada pelas reformas financeiras do papa Francisco.

O padre espanhol, a consultora italiana e Maio são acusados de terem roubado os documentos, enquanto Nuzzi e Fittipaldi teriam pressionado suas fontes para reunir a maior quantidade de documentos confidenciais possível, segundo a Santa Sé. Esta é a primeira vez que o Vaticano abre um processo contra dois jornalistas. Os cinco indiciados podem ser condenados a até oito anos de prisão.

O escândalo lembra o que afetou em 2012 o pontificado de Bento XVI, cujas cartas confidenciais foram reveladas à imprensa por seu mordomo. O caso foi batizado de "Vatileaks" pela imprensa. O colaborador do sumo pontífice foi condenado a 18 meses de prisão, antes de receber o indulto do papa.

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