Separatistas querem independência da Catalunha até 2017

Na eleição regional da Catalunha ocorrida neste domingo (27), os independentistas venceram, mas não levaram, segundo o porta-voz do Partido Popular, que governa a Espanha e é contra a separação da região. Para Pablo Casado, a maioria dos catalães rejeitou a independência, já que os independentistas elegeram a maior parte dos parlamentares, mas não obtiveram mais de 50% dos votos. Eles se dizem, no entanto, prontos para dar início a um processo de secessão que deverá ser finalizado até 2017.

Separatistas comemoram a vitória. REUTERS/Andrea Comas

Cerca de 2 mil apoiadores dos independentistas se reuniram na praça em frente ao antigo mercado coberto do Born, em Barcelona, para celebrar o resultado. As eleições regionais antecipadas haviam sido convocadas pelo presidente da região, o independentista Artur Mas, com o objetivo de fazer um plebiscito sobre o tema.

Os dois grupos separatistas, o Juntos pelo Sim e o CUP, somados, obtiveram 47,8% dos votos – foi o suficiente para eleger uma ampla maioria de parlamentares, 72 dos 135 assentos (62 do Juntos Pelo Sim, 10 do CUP). A discrepância acontece porque o sistema é de voto em lista.

“Nasce a república”

Embora defendam a mesma bandeira de abandonar a Espanha, os dois grupos que defendem a independência têm perfis bastante opostos: o Juntos Pelo Sim tem entre seus integrantes o presidente da região, Artur Mas, um conservador. Já o CUP é um grupo de extrema esquerda que, inclusive, convocou os catalães à desobediência civil a partir desta segunda-feira (28). “Hoje nasce a República”, declarou o dirigente do grupo, Antonio Baños.

Já o líder do Juntos Pelo SI, Raul Romeva, disse que a independência será proclamada, mesmo que a Espanha se recuse a negociar – como tem se recusado nos últimos anos. O resultado das urnas representa um enorme desafio ao conservador Partido Popular do primeiro-ministro Mariano Rajoy, que elegeu apenas 11 parlamentares, contra 19 da última eleição.

Segunda região mais populosa da Espanha depois da Andaluzia, a Catalunha é a mais rica, contribuindo com 18,9% do PIB do país – pouco mais que os 18,7% de Madrid. O endividamento é um dos principais problemas da região – 32,8% do PIB –, mas os separatistas culpam a concentração dos impostos por parte de Madrid. A diferença entre o que a Catalunha remete ao Estado espanhol e o que recebe de volta estaria AM rmedor de 5,7% do PIB da região.