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Rússia/Crimeia

Rússia condena cineasta ucraniano Oleg Sentsov a 20 anos de prisão por terrorismo

A condenação do cineasta ucraniano Oleg Sentsov a 20 anos de prisão por um tribunal russo despertou uma onda de protetos de autoridades europeias nesta quarta-feira (26). Todos são unânimes em afirmar que a sentença por “organização de grupo terrorista” viola o direito internacional e é desproporcional.

Oleg Sentsov durante o julgamento.
Oleg Sentsov durante o julgamento. REUTERS/Sergey Pivovarov
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Oleg Sentsov, de 39 anos, deverá cumprir pena em uma penitenciária de “regime severo”. Outro integrante de seu grupo, o militante ecologista e anarquista de 25 anos Alexandre Koltchenko, também foi condenado a uma década de reclusão. “Este caso viola o direito internacional e as bases elementares da justiça”, disse a representante europeia para Relações Internacionais, Federica Mogherini.

O cineasta é acusado de ser o mentor de ataques incendiários a escritórios de grupos pró-Rússia na Crimeia, após a ocupação do país de Vladimir Putin na península que pertence à Ucrânia.  Também foi condenado por planejar a explosão de uma estátua de Lênin na cidade de Simferopol, uma das maiores da Crimeia. As acusações são baseadas em informações de dois delatores que já foram condenados – um deles garante que falou sob tortura.

11 prisioneiros políticos

Sentsov cantou o hino da Ucrânia em pleno tribunal assim que ouviu o veredicto. Pelo Twitter, o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, enviou uma mensagem de apoio: “Aguente firme, Oleg. Vai chegar o tempo em que estas pessoas que lhe processaram vão também se encontrar no banco dos réus”.

Os dois homens, que estavam detidos na Rússia desde maio, foram processados como se fossem russos, mesmo nunca tendo postulado para obter a cidadania do país. Desde a invasão, qualquer cidadão da Crimeia que não declarar publicamente a recusa à nacionalidade é automaticamente considerado russo.

O advoado de Sentsov disse que vai apelar da sentença, que foi proferida por um dos únicos dois tribunais militares russos autorizados e julgar casos de terrorismo. Os Estados Unidos também condenaram o resultado do julgamento, afirmando que houve “erros judiciários evidentes” e que “as alegações de complô terrorista são sem fundamento”.

Sentsov, que tem dois filhos, dirigiu dois curtas-metragens e um longa (Gamer, de 2012), antes de se engajar nos protestos da praça Maidan, em Kiev, em 2014, que levaram à deposição do presidente ucraniano Viktor Yanukovych. Ele e seu colega Kolchenjo estão entre os 11 ucranianos detidos em prisões russas e que são considerados por Kiev prisioneiros políticos.

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