Noruega inicia obra petroleira e esquenta disputa pelo Mar do Norte
A Noruega aprovou nesta sexta-feira (21) o início das obras na imensa reserva petroleira de Johan Sverdrup, no mar do norte. A disputa pelos recursos naturais da região aumentou depois do amplo derretimento do gelo polar na região, que abriu novas oportunidades para exploração.
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O projeto gigantesco, conduzido pelo grupo norueguês Statoil, é um fôlego para o setor no país, que tem enfrentado uma crescente queda no número de investidores, consequência da redução no preço do barril de petróleo, mais de 50% em menos de um ano. Os hidrocarburetos representam 20% da riqueza nacional norueguesa.
Com a queda dos investimentos da indústria petroleira, o país viu suas taxas de desemprego alcançarem 4,3%, porcentagem baixa, se comparada às taxas de outros países da Europa, mas a maior no país em 10 anos. Foram mais de 200 mil empregos suprimidos desde 2014.
Atividades aceleradas
"As atividades ligadas ao projeto serão aceleradas e novos contratos serão distribuídos já a partir do segundo semestre", garantiu Oivind Reinertsen, alto funcionário da Statoil. Só a primeira fase do projeto deve custar quase € 13 bilhões ao país. Tudo indica que os noruegueses começam a se organizar para marcar presença na região, altamente disputada.
Isso porque no começo do mês, a Rússia apresentou às Nações Unidas um pedido oficial para reivindicar sua soberania sobre mais de 1 milhão de km2 do Ártico, considerando que anos de pesquisas provam seu direito aos ricos depósitos de minerais que existem sob esse oceano.
O território
Rússia e Noruega não são os únicos países de olho no território. Estados Unidos, Canadá, e Dinamarca também têm feito tentativas de assegurar jurisdição sobre regiões no Ártico, onde se estima que esteja um quarto das reservas mundiais de petróleo e gás ainda não descobertas.
A Rússia exigiu o território pela primeira vez em 2001, mas as Nações Unidas pediram que fornecesse provas científicas de sua reivindicação. Desde então, investigadores russos realizaram várias expedições no Ártico, a última delas em outubro de 2014.
As atuais leis internacionais dizem que um país tem privilégios econômicos exclusivos sobre a placa situada em um raio de 200 milhas náuticas ao redor de sua costa. Segundo estimativas russas, a soberania sobre o território reivindicado resultaria no acesso a 4,9 bilhões de toneladas de combustíveis fósseis.
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