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Turquia/Curdos

Milhares protestam na Europa contra ataques turcos ao PKK

Milhares de pessoas se manifestaram em Colônia, na Alemanha, e em Bruxelas, contra os ataques da Turquia à guerrilha curda do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). No início da tarde, mais de 5.000 pessoas marcharam no centro da cidade alemã, de acordo com a polícia e os organizadores do ato, que esperam até 10 mil participantes até o fim do dia.

Em Bruxelas, manifestantes carregam bandeiras com a imagem de Abdullah Ocalan, líder do PKK
Em Bruxelas, manifestantes carregam bandeiras com a imagem de Abdullah Ocalan, líder do PKK REUTERS/Francois Lenoir
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As manifestações para dizer "não à guerra" foram convocadas por mais de 50 organizações. Na capital belga, cerca de 200 pessoas, portando bandeiras curdas e fotografias do líder do PKK, Abdullah Ocalan, preso desde 1999. Chamados pelo Congresso Nacional do Curdistão (KCK), braço político da organização, os manifestantes prestaram homenagem às 32 vítimas do atentado de Suruç.

Em 20 de julho, voluntários ligados ao partido pró-curdo HDP se preparavam nesta localidade do sul da Turquia, para partir em uma missão de reconstrução de Kobane, importante cidade síria que havia sido recentemente retomada do grupo Estado Islâmico pelas forças curdas. Mas eles nunca puderam deixar Suruç, por conta do atentado a bomba, atribuído à organização jihadista.

Mesmo saco

Muito antes deste ataque, organizações curdas e de esquerda, denunciavam a complacência do governo de Recep Tayyip Erdogan com o grupo Estado Islâmico (EI). Após o atentado, as manifestações se degeneraram em violência: militantes do PKK passaram a atacar soldados e policiais turcos, a quem acusam de não proteger a população local. Com isso, encerrou-se uma trégua que durava desde 2013.

Ancara usou estes ataques como deculpa para colocar jihadistas e curdos sob a mesma qualificação genérica de "terroristas" e lançar uma ofensiva conjunta contra os dois grupos. Mas, na prática, os ataques turcos visaram muito mais as posições curdas do que o grupo Estado Islâmico. Por isso, o KCK acusa Erdogan de destruir a trégua.

"A Europa e as autoridades belgas devem prestar atenção: a Turquia finge que combate o Daesh (sigla em árabe para o grupo EI) mas, na prática, trava uma guerra contra os curdos", afirmou um manifestante à agência France Presse. "O objetivo deles é impor um obstáculo aos curdos na Síria para impedir que eles estabeleçam uma federação no território".

Preocupação

A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) apoiou o direito da Turquia de "se defender", mas essa disparidade nas respostas preocupa a comunidade internacional. Em entrevista publicada hoje pelo jornal Rheinische Post, o ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, afirmou que "seria lamentável para a Turquia e para toda a região se o processo de paz nacional fracassasse por conta dos conflitos regionais no Oriente Médio".

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