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Reino Unido/Imigração

Britânicos que alugarem imóveis a imigrantes ilegais podem pegar cinco anos de prisão

O governo britânico apresentou nesta segunda-feira (3) novas medidas para tentar barrar as investidas dos migrantes de Calais, instalados há meses em condições precárias na cidade e que tentam, desde a semana passada, migrar em massa para o Reino Unido. Além de enviar mais policiais para fazer a segurança na entrada do Eurotúnel na cidade de Calais, Londres também propôs que donos de imóveis alugados para imigrantes ilegais sejam condenados a até cinco anos de prisão.

Peckham é o bairro preferido dos imigrantes africanos em Londres.
Peckham é o bairro preferido dos imigrantes africanos em Londres. Wikipedia
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Guardas de fronteira britânicos já estão trabalhando na sala de comando do Eurotúnel desde segunda-feira. Ontem, o Londres também anunciou que uma centena de policiais serão enviados para reforçar a vigilância no lado francês do túnel.

A outra medida anunciada, que ataca os proprietários que não verificam a situação legal de seus inquilinos, deve integrar o novo projeto de lei sobre imigração que será apresentado em breve ao Parlamento britânico. Até então, o texto previa multas para os proprietários e mencionava a retenção dos pagamentos dos trabalhadores ilegais.

Na semana passada, a Grã-Bretanha já havia prometido investir € 10 milhões para reforçar as cercas em torno do terminal ferroviário de Coquelles, na região de Calais. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, também anunciou o envio de cães farejadores.

Medidas já mostram resultados

Para o ministro britânico das Relações Exteriores, Philip Hammond, essa é a melhor forma de controlar a situação e as medidas, tomadas em parceria com o governo francês, devem ser reforçadas brevemente. "Acreditamos que estamos controlando a situação. Constatamos um pico na semana passada, mas depois o número de imigrantes baixou", declarou Hammond, no final de uma reunião do governo sobre a crise dos migrantes.

Na madrugada de segunda-feira, no entanto, a polícia francesa anunciou que cerca de 1.700 migrantes tinham tentado atravessar o Eurotúnel. Nesta madrugada, 600 tentativas foram registradas. Cerca de 180 pessoas foram detidas e retiradas da região do Eurotúnel só na última noite.

Queda de braço

A questão se tornou uma queda de braço entre o Reino Unido e a França. A imprensa britânica é implacável com o governo francês e o acusa de incompetência. Já alguns políticos franceses, indignados com a inércia do governo britânico, preocupado apenas em barrar a entrada dos migrantes ao Reino Unido e sem propor reais saídas para a situação dos clandestinos, sugeriram que Paris liberasse o acesso do Eurotúnel para os clandestinos.

"O que os ingleses querem impor à França é inaceitável. Colocar arame farpado ao longo do litoral norte é absurdo. Não há possibilidade de cercar a região de Calais só para agradar os britânicos", declarou nesta terça-feira (4) o ex-ministro do Trabalho, Xavier Bertrand, do partido Republicanos.

Em entrevista ao Journal du Dimanche, os ministros francês e britânica do Interior, Bernard Cazeneuve e Theresa May, afirmaram que "acabar com esta situação é uma prioridade absoluta". "Nossos dois governos estão decididos a conseguir isto, e conseguirão juntos", declararam.

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