Ministro grego das Finanças diz que vai renunciar caso "Sim" vença referendo
Faltando três dias para o referendo em que a população grega decidirá se aceita ou não o acordo da dívida, o ministro das Finanças Yanis Varoufakis declarou que vai renunciar caso o "Sim" vença. Em entrevista ao canal de televisão Bloomberg na manhã desta quinta-feira (2), ele também considerou a possibilidade de que todo o governo do primeiro-ministro Alexis Tsipras se demita, caso os gregos optem por ceder aos credores internacionais.
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"Acreditamos que a escolha do povo deve ser respeitada", declarou Varoufakis, reiterando que "nada terminou", já que as negociações com os credores serão retomadas após o referendo. "Poderíamos renunciar, mas o faremos com um espírito de cooperação com os que assumirão o poder", concluiu.
Caso a saída da zona do euro se concretize, Varoufakis declarou que a Grécia não teria como imprimir de imediato notas da sua antiga moeda, o dracma. Ele indicou que o país se desfez de todas as suas impressoras quando aceitou integrar o euro.
Chuvas e trovões
Mais cedo, Tsipras também confirmou a possibilidade de deixar o governo. "Não sou um primeiro-ministro que se apega ao cargo, mesmo com chuvas e trovões", respondeu, ao ser questionado sobre a eventual renúncia no caso de vitória do "Sim".
Ontem, em discurso na televisão grega, o premiê convocou a população a votar no "Não" e recusar ao acordo proposto pelo Eurogrupo. Ele assegurou que isso não representará o rompimento do país com a zona do Euro, mas que permitirá à Grécia começar a negociar já na próxima segunda-feira (6) um acordo mais vantajoso.
Acordo de emergência
Por parte dos credores, o discurso é diferente. A França ainda aposta em um acordo de emergência antes do referendo. Já a Alemanha se recusa a fazer qualquer outra negociação antes de domingo. A União Européia alertou que o referendo não obedece os padrões do bloco, que exige pelo menos duas semanas de discussões antes da votação.
Segundo uma pesquisa divulgada ontem, 46% dos gregos votariam "Não" no referendo de domingo, mas o índice era de 57% apenas dois dias antes.
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